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OPERAÇÃO TRUNK NO MS

Agentes da PRF são presos e vereador é procurado pela PF em cidades do MS

Agentes da PRF são presos e vereador é procurado pela PF em cidades do MS

31 Jul 2019 - 14h44Por Correio do Estado

Dois agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) lotados nas delegacias de Dourados e Rio Brilhante foram presos nesta quarta-feira (31) no cumprimento de mandados de prisão em Mato Grosso do Sul na operação ‘Trunk’ deflagrada pela Polícia Federal. Eles são suspeitos de facilitar a entrada de cargas milionárias de cigarros contrabandeados no Estado.

Outros três contrabandistas também foram presos, sendo dois líderes da quadrilha que atuavam em Ponta Porã e São Paulo e a esposa de um deles que era a 'tesoureira' do patrimônio adquirido pelo grupo criminoso. A Receita Federal divulgou que em 2018, foram apreendidos em Mato Grosso do Sul 70 milhões de maços de cigarros, de acordo com a Polícia Federal. Só no primeiro semestre de 2019, a PRF apreendeu 10 milhões do produto.

Envolvido também no esquema, está um vereador da Paraíba (PB) que é considerado foragido e não teve a identidade revelada pela Polícia Federal. Ele era responsável por receber a carga contrabandeada e distribuir pela cidade. O mandado foi cumprido na cidade de Bento (PB) mas não há confirmação se o vereador é atuante político na cidade.  Junto com ele, outros dois criminosos que atuavam como batedores e recrutadores de serviços como motorista de caminhão ou também batedor estão foragidos. 

A suspeita é que os policiais rodoviários federais envolvidos na ação recebiam propina para facilitar a entrada dos cigarros contrabandeados do Paraguai no território nacional e a circulação nas estradas de Mato Grosso do Sul que é rota para São Paulo. De lá a carga também seguia para a Paraíba sempre em caminhões com mudança. Ele foram presos logo pela manhã no fim do expediente. As informações são do delegado Glauber Fonseca, chefe de Delegacia de Combate aos Crimes Fazendários da Polícia Federal. 

De acordo com o superintendente da PF, delegado Cleo Mazzoti, a quadrilha era comandada por contrabandistas experientes e com alto poder aquisitivo. “É uma organização criminosa de altíssimo nível com poder financeiro bastante significativo e que atuava não só no contrabando de cigarros mas na corrupção de agentes públicos portanto temos casos de corrupção passiva e facilitação de descaminho envolvidos”, disse o delegado. 

Ainda sobre a prisão, Mazzoti explicou a logística do trabalho ilícito e o próximo passo é prender os foragidos. “Eles traziam o cigarro do Paraguai, obtinham uma estrutura logística de caminhões, normalmente de mudança, baú, daí que vem o nome da operação, para trazer o cigarro do Mato Grosso do Sul para São Paulo ou para a região nordeste para obter altos lucros. Os principais líderes foram presos, os foragidos serão presos nos próximos dias. Esse ano nós tivemos 70% de redução de cigarros no Mato Grosso do Sul em decorrência de ações ostensivas, ações de inteligência, da quebra de laços financeiros das organizações criminosas e da estrutura logística que eles montaram nas estradas com apoio de policiais”, explicou Mazzoti. 

Segundo o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Luiz Alexandre Gomes, os agentes já estão presos e responderão pelo crime de forma administrativa com processo disciplinar instaurado que vai apurar os fatos. “È um dever e obrigação de todo servidor público e principalmente da nossa instituição, então esse trabalho é feito para deixar claro e evidente que a Polícia Rodoviária Federal se necessário for vai cortar na própria carne cumprindo o papel e a obrigação para que a credibilidade da instituição jamais seja abalada”, disse. 

PELA SEGUNDA VEZ
Sobre o agente preso em Dourados, foi apurado que não é a primeira vez que o policial é investigado em relação ao contrabando e descaminho de cigarros. Sobre o caso, o superintendente da PRF informou que o agente passou por processo e foi absolvido por isso continuou atuando na polícia. “Um desses policiais já teve uma situação de envolvimento mas ele não passou por condenação e foi absolvido por falta de provas, mas agora com essas novas investigações que estão apontando o envolvimento dele com o crime organizado e a facilitação do contrabando ele vai passar por procedimento. O que importa para nós é o trabalho que foi feito da nossa corregedoria juntamente com a Polícia Federal que aponta o envolvimento dele com provas robustas tanto é que foi expedido um mandado de prisão em desfavor do próprio’, finalizou. 

ENTENDA
O grupo, considerado de grande porte, era responsável por colocar em circulação no Brasil enormes quantidades de cigarros contrabandeados, além de aliciar agentes públicos.

As investigações tiveram início em julho de 2018, quando um caminhão carregado com um total de 430 mil maços de cigarros contrabandeados do Paraguai foi apreendido. No total, durante o andamento das investigações, foi realizada a apreensão de 19 carregamentos semelhantes (em caminhões ou carretas), com a prisão de 26 indivíduos. 

Os valores de produtos ilícitos apreendidos, em uma contagem superficial, ultrapassam as cifras de R$ 70 milhões, demonstrando o poder econômico do grupo criminoso. As investigações comprovaram a participação de policiais e de pelo menos um político - cuja a identidade não foi revelada -, fato que determinou a união de esforços da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na desarticulação do esquema. 

Os policiais envolvidos no esquema delituoso recebiam propina para facilitar a entrada dos cigarros contrabandeados no território nacional e sua circulação nas estradas. Para a Polícia Federal a união de esforços entre as instituições de segurança pública tem determinado “crescente dificuldade logística na atuação das organizações criminosas no Estado”.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva, além de sequestro de veículos, imóveis e valores financeiros, todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande. Além da Capital, os policiais também cumprem os mandados em Dourados, Ponta Porã, Rio Brilhante, Embu-Guaçu (SP) e São Bento (PB).

O nome da operação faz referência ao modo de atuação da organização criminosa, que se utilizava de caminhões do tipo “baú” para realizar o transporte da carga de cigarros contrabandeados.

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