CRÔNICA - DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Cabral e suas Naus cheias de portugueses e vinhos financiados pelos comedores de polenta da bela Itália queriam chegar nas Índias, mas errantes e tontos pelos pileques acabaram chegando na hoje Bahia que não era a Índia mas estava cheia de índios e índias peladas.
Descobriam muita coisa. A primeira é que a terra já tinha dono. Pero Vaz de Caminha o blogueiro da época se encantou com o que chamou de Novo Mundo em seu “e-mail” pra realeza.
Foi ele quem disse que os índios estavam pelados e as índias não tinham pelos, suas “vergonhas” estavam à mostra mas parecia não haver motivos para se ter vergonha. Pero Vaz gasta um bom tempo descrevendo os nativos, de nariz bom e boa aparência, vermelhos e com um osso de verdade cravado na boca.
O Novo Mundo era um paraíso.
Teve troca de presentes.
Teve dança.
Eram muito diferentes mas naquele momento o Novo Mundo parecia fornecer certa empatia.
Depois teve missa.
Teve interesse.
E a história toda nós já conhecemos.
A tolerância do Novo Mundo não durou para sempre. Alguém precisava se sobrepor.
De 1500 pra cá o paraíso deixou de ser.
O Brasil de hoje não é tolerante.
As vergonhas que se mostram hoje se fazem escondidas.
Os índios, bom os índios dançaram mesmo.
Aliás no Brasil de hoje todos dançamos. Em fevereiro o samba, mas nós outros meses a dança dos boletos, dos empregos, dos políticos, das injustiças.
Ah não somos mais inocentes.
Estamos aqui, mas bem que podíamos ser descobertos novamente. Quem sabe por uma comitiva de Discos Voadores.
Somos índios, estamos todos em busca de espelhos, de tecidos, de um Novo Mundo.
*Luciano Gazola, teólogo e professor.
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