Menu
sexta, 19 de abril de 2024
Busca
Busca
AMEAÇA MUNDIAL

Infecções simples podem voltar a ser mortais por causa de "superbactérias"

30 Abr 2014 - 13h29Por Uol

A resistência aos antibióticos deixou de ser uma ameaça e virou uma realidade, advertiu a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao destacar que infecções atualmente consideradas menores podem voltar a ser mortais.

O relatório alarmista da organização, o primeiro sobre a resistência aos antibióticos em escala mundial, afirma que "esta grave ameaça não é mais uma previsão, e sim uma realidade em cada região do mundo, afeta a todos, independente da idade ou país de origem".

Os antibióticos são considerados pela OMS um dos pilares de nossa saúde, que nos permitem viver saudáveis por mais tempo. Mas o uso inapropriado os tornou praticamente ineficazes em um período de poucas décadas.

"A menos que os diferentes atores envolvidos atuem em caráter de emergência e de maneira coordenada, o mundo prossegue para uma era pós-antibióticos, na qual infecções correntes e feridas menores, que durante décadas eram curadas com facilidade, podem voltar a matar", adverte Keiji Fukuda, subdiretor geral da OMS para a segurança alimentar.

"Se não adotarmos medidas significativas para prevenir melhor as infecções e modificar a forma como produzimos, prescrevemos e utilizamos os antibióticos, vamos perder pouco a pouco estes benefícios da saúde pública mundial e as consequências serão devastadoras", completa.

O documento, baseado em dados de 114 países, alerta que existe resistência a vários agentes infecciosos e insiste em sete bactérias resistentes, responsáveis por doenças graves como infecções hematológicas (septicemia), diarreias, pneumonias, infecções urinárias e gonorreia.

Segundo a OMS, os resultados "muito preocupantes" corroboram a resistência aos antibióticos, em particular aos considerados como "último recurso", utilizados contra certas bactérias resistentes.

As ferramentas essenciais para lutar contra a resistência aos antibióticos, como sistemas elementares para assegurar o acompanhamento e vigilância do fenômeno, são insuficientes ou inexistentes em vários países, critica o organismo da ONU.

A OMS alerta para a generalização em todo o mundo da resistência aos carbapenemas, um tratamento de último recurso contra infecções potencialmente mortais causadas por uma bactéria intestinal corrente, a Klebsiella pneumoniae (causa importante de doenças contraídas em hospitais como a pneumonia, as infecções hematológicas ou as contraídas por recém-nascidos ou pacientes em cuidados intensivos).

Marlene Bergamo/Folhapress
Especialista do laboratório de microbiologia manipula placa de cultura da superbactéria KPC, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo

Os especialistas também constataram uma forte resistência - em particular na África, sudeste da Ásia, América e Oriente Médio - da bactéria E. coli às cefalosporinas e fluoroquinolonas de terceira geração, dois tipos de antibióticos antibacterianos amplamente utilizados.

 

Nos anos 1980, quando foram introduzidas as fluoroquinolonas, a resistência era praticamente nula: atualmente o tratamento se tornou ineficaz para mais da metade dos pacientes em diversas partes do mundo.

A OMS destaca ainda que o fracasso das cefalosporinas de terceira geração como tratamento de último recurso contra a gonorreia (doença venérea que infecta mais de um milhão de pessoas por dia) foi confirmado na África do Sul, Austrália, Áustria, Canadá, França, Japão, Noruega, Grã-Bretanha, Eslovênia e Suécia.

Em outro aspecto da questão, as infecções com estafilococo aureus (dourado) resistentes à meticilina alcançam 90% dos casos em certas regiões das Américas e 60% em algumas regiões da Europa.

Como consequência da resistência aos antibióticos, "os pacientes ficam doentes por mais tempo e aumenta o risco de morte".

As pessoas infectadas com estafilococo dourado resistente à meticilina apresentam, por exemplo, um risco de morte 64% mais elevado que aquelas que apresentam uma forma não resistente da infecção.

Vigilância

Para a OMS, o uso inapropriado dos antibióticos é uma das principais causas da resistência: nos países pobres, as doses administradas são muito pequenas e nos países ricos o uso é excessivo.

A OMS denuncia também a falta de vigilância da utilização dos antibióticos em animais destinados ao consumo.

O relatório foi divulgado em conjunto com o lançamento de uma campanha mundial da OMS para combater a resistência aos medicamentos. A organização recomenda, em particular, a adoção de sistemas para monitorar o fenômeno, prevenir infecções e desenvolver novos antibióticos.

A organização destaca que cada pessoa pode contribuir na luta contra a resistência, com o uso de antibióticos apenas com receita médica e a conclusão do tratamento indicado, mesmo quando o paciente sente que está melhor, e jamais compartilhar antibióticos com terceiros.

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

##FÁTIMA DO SUL - OLIMCIFAS
ACIFAS promove VIII OLIMCIFAS e toda renda revertida para entidades e premiação para todos inscritos
FOTO: GEONE BERNARDO FRENTE FRIA CHEGOU
Frente fria chega com força e traz mínima de 10°C na primeira do ano; confira a previsão
Fotos: Mairinco de Pauda AÇÕES DO GOVERNO DE MS
Novo sistema de cadastramento para o Programa Precoce MS já está em vigor; veja como fazer
Teste de dengue  Foto: Divulgação VAMOS LIMPAR OS QUINTAIS
ALERTA: Boletim chega com 14 óbitos e 5.754 casos confirmados de dengue
FOTO: REDES SOCIAIS CULTURAMA DE LUTO
Culturama se entristece com a morte de Vanderleia Martins, CEIM divulga Nota de Pesar

Mais Lidas

FOTO: REDES SOCIAISCULTURAMA DE LUTO
Culturama se entristece com a morte de Vanderleia Martins, CEIM divulga Nota de Pesar
FOTOS: SARA ARAÚJOFÁTIMA DO SUL E SUA HISTÓRIA
Documentário revela as histórias e encantos das ruas de Fátima do Sul
Entretenimento
Bruna Viola confirmada para se apresentar na 47ª Festa da Fogueira em Jateí, MS
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda
Simone trabalhava como psicóloga em Três LagoasPOLÍCIA CONCLUIU
Psicóloga morreu ao ser jogada do carro pelo próprio filho em rodovia de MS