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Crianças comem bolinho de barro para matar a fome no Haiti

Se você acha que sua vida está difícil, imagine para o povo do Haiti, principalmente para essas criancinhas.

17 Abr 2019 - 09h20Por Sorocabanice

A fome assola a maioria da população do Haiti. Um país devastado pela guerra civil e por desmandoS de políticos corruptos. As forças de paz do Brasil tentam mudar a realidade daqueles que vivem em meio ao caos. A Ong Rio, com projetos sociais, tenta disseminar a paz. A fome é a maior adversária de qualquer tentativa de pacificação desse gente. Foi duro ver crianças comendo biscoitos de barro para enganar a fome.

Confesso que fiquei emocionado ao assistir a excelente reportagem de Régis Resing, no Esporte Espetacular. Confira o vídeo e, logo abaixo, uma reportagem publicada no Jornal Vale Paraibano. Faz-nos refletir sobre as desigualdades sociais. Por que em muitos países há fartura, abundância, e em outros, como o Haiti, reina a miséria absoluta? Vale refletir.
O símbolo da miséria no Haiti é um biscoito feito de barro, água e manteiga. Batizado de “Té”, a receita serve para tapear a fome. Mulheres desesperadas coletam restos de construção e misturam com água e manteiga em tinas de plástico e metal velhas e sujas. Quando não há manteiga, elas usam apenas água. Raras vezes põem sal, produto de luxo.A massa encardida, da cor de argila, é espalhada em tablados de madeira ou metal e ganha a forma de biscoitos, parecidos com pequenas panquecas. As mulheres usam colheres para espalhar centenas desses biscoitos pelo chão para que sequem ao sol. Por causa da água, eles incham e depois endurecem.

Crianças comem o biscoito de barro ao longo do dia para, segundo Marie Timouche, 33 anos, ‘espantar a fome’. Ela diz que também vende um pouco da produção para outros moradores. “Dá até para ganhar um pouco de dinheiro”, diz ela, que é mãe de quatro crianças pequenas. Quando a família não recebe doações, o “Té” é a única refeição do dia.

O valeparaibano flagrou a produção do biscoito de barro em Cité Gerard, zona da grande Cité Soleil, a maior e mais violenta favela do Haiti. Lá vivem perto de 400 mil pessoas, 90% delas sem emprego formal e lutando diariamente para fugir da fome.

“Mange, mange, bon bagai”, dizem os haitianos ao recepcionar brasileiros nas ruas de Cité Soleil. Em creole, língua oficial do Haiti, a frase é quase um pedido desesperado: “Comida, comida, sangue bom”. Por causa do relacionamento de cinco anos com as tropas militares do Brasil, “bom bagai” (sangue bom) é o apelido que os brasileiros ganharam dos haitianos.

O futuro do Haiti está atrelado à luta contra a fome “mangu” em creole. “Mangu, mangu”, dizem as crianças pelas ruas, passando as mãos secas e enrugadas pela barriga inchada.

Todo o resto gravita em torno do combate à desnutrição crônica que afeta a população, em especial as crianças. “Sem elas, o que será do futuro do país?”, pergunta o médico Antonio Cyrise, que atende mulheres pobres no Centro de Saúde e Nutrição Rosalie Rendu, em Cité Soleil, administrado por religiosas brasileiras. No país, a mortalidade infantil chega a atingir 60% das crianças menores de cinco anos.

Na “Cozinha do Inferno”, como os brasileiros chamam a feira popular em Cité Soleil que atende 200 mil pessoas por dia, em meio à sujeira absoluta, Leanie Point Du Jour, 48 anos, luta contra a miséria vendendo pratos de ensopado com batata, inhame, banana e carne de boi. Cada refeição custa 5 gourdes, equivalente a R$ 0,24. “Vendo a panela toda”, comemora Leanie, mas reclamando que o dinheiro é insuficiente para sustentar a família.

Qualquer imagem de um país miserável fictício perderia para a realidade haitiana.

O que deve ser combatido primeiro? O presidente René Garcia Préval tem dificuldade em responder à pergunta formulada pelos próprios haitianos. Ele conta com a colaboração da ONU (Organização das Nações Unidas), que administra desde 2004 a missão de paz no Caribe, e espera a chegada de recursos internacionais.

Em abril, em Washington, diversos países prometeram ajudar o Haiti com US$ 324 milhões. Préval acredita que os recursos serão suficientes para gerar até 300 mil empregos. Até o final de junho, porém, nenhum centavo havia chegado aos cofres do país.

O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) aprovou investimentos de US$ 120 milhões para doações ao Haiti em 2010 a fim de ajudar o país a fazer investimentos em setores essenciais como infraestrutura, serviços básicos e prevenção de desastres. Atualmente, o BID financia 22 projetos no Haiti com um orçamento total de US$ 675 milhões.

Será suficiente? O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, comandante da Minustah, acredita que a frágil estabilidade na segurança precisa ser mantida e ampliada para atrair investimentos internacionais.

Por outro lado, gangues armadas estão se unindo e esperando a criação de empregos e mudanças no plano social. Eles prometem pegar em armas caso a situação do país não mude.

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