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Com R$ 100 milhões em caixa, catarinenses querem ter 6 clubes na Série A

19 Dez 2014 - 10h39Por Uol

Com quatro times na Série A do Brasileiro e um na Série B, Santa Catarina terá um aporte financeiro – apenas de cotas de televisão – em torno de R$ 100 milhões em 2015. Se você está surpreso com a força do futebol catarinense, que ficou de 2003 a 2013 com um ou dois times – Criciúma, Figueirense e Avai na Série A – saiba que os planos são muito maiores.

"Esse valor é muito importante para nosso estado. Faz girar a economia, há contratações em hotéis e os clubes podem melhorar ainda mais", diz Delfim de Pádua Peixoto.

  • Celio Messias

Para ele, a quadra é pouco, a quina virá rapidamente e a sena é um sonho com data marcada para acontecer. "Surpresa não foi Joinville e Avaí subirem e nem Chapecoense e Figueirense continuarem na A. Para mim, surpresa foi o Criciúma, nosso maior campeão e com mais poder financeiro, cair. Alguma dúvida que ele voltará em 2016? Então, poderá ser cinco clubes na A. Sem surpresa".

E há outra bala na agulha. "O Metropolitano de Blumenau tem um trabalho muito bom. Tem chance de ser campeão catarinense e já bateu três vezes na trave para chegar na Série C. É um clube bem estruturado e terá acessos contínuos".

O número de clubes competitivos é uma das forças de Santa Catarina. Desde 2003, o estado teve cinco clubes diferentes na Série A. Apenas São Paulo, com dez clubes, o supera.  Santa Catarina está a frente do Rio e de Minas, com quatro e Rio Grande do Sul, com três representantes. Todo o Nordeste teve apenas seis representantes.

"A força econômica do nosso interior é muito grande, supera a capital, ao contrário de outros estados. Isso cria pólos de desenvolvimento que bancam clubes fortes", diz Delfim.

Uma conversa com os presidentes de clubes catarinenses faz com que as anotações se confundam, tamanha é a semelhança de projetos. Todos falam em chegar e ficar, cair nunca mais. E a confiança é baseada na frase "tenho o pé no chão e não gasto mais do que tenho"

"Buscamos planejamento, comprometimento, responsabilidade e transparência", afirma Sandro Pallaoro, empresário e presidente da Chapecoense.

O clube chegou à Série D em 2009. Foi campeão. Em 2010, houve problemas e o time quase caiu para a segunda catarinense. Aí, engrenou: em 2012, subiu para a B e em 2013, para a série A. "Aqui não tem 'loucuragem', não se contrata figurão e não se paga salários astronômicos. O mês tem 30 dias, o que é um chamariz no futebol brasileiro", diz o presidente.

O teto salarial é de R$ 80 mil. A folha total é de R$ 1,5 milhão. "Quando a gente estava na B, o maior salário era de R$ 25 mil e a folha chegava a R$ 500 mil. Nossa cota aumentou muito e não torramos tudo. Os gastos aumentaram menos do que nossas receitas", explica Pallaoro.

A busca pela estabilidade faz com que o clube busque cortes. "No Brasileiro, a gente tinha um elenco de 35 jogadores. No catarinense, são 26 e muitos vêm da base. Quem for bem, continua e pode sonhar com disputar a série A no segundo semestre".

Chapecó tem 210 mil habitantes e fica 630 quilômetros a oeste da capital. Os dirigentes da Chapecoense querem mais do que representar apenas sua cidade. "Temos gente de toda a região em nossos jogos. Temos torcedores no sul do Paraná", diz o presidente.

Nereu Martinelli, presidente do Joinville, aponta a gestão empresarial como a razão do sucesso catarinense. "Enquanto ninguém falava de nós, construímos um centro de treinamentos, passamos a dar alimentação adequada e balanceada aos jogadores, os campos ficaram ótimos, há ótima fisiologia e departamento médico de qualidade. Passamos a ter uma boa categoria de base. Aqui, é 70% gestão e 30% emoção porque ninguém vive sem emoção".

Joinville tem 560 mil habitantes e se localiza 150 kims ao norte da capital. Era pedra cantada no boom do desenvolvimento do futebol. "É, a gente não podia ficar de fora, mas não se consegue nada por decreto. Em 2013, ficamos fora do acesso por um ponto. Procuramos o César Sampaio, que ajudou a planejar o elenco do 2014. Só veio gente comprometida. Mantivemos o treinador, não é como em 2008, quando tivemos seis técnicos", diz Martinelli.

O clube não deve a ninguém. Nem aos jogadores. "Nosso prêmio era de R$ 700 mil pelo acesso e mais R$ 300 mil pelo título. Todo mundo já recebeu. Temos R$ 380 mil de patrocínio mensal e estamos negociando com um patrocinador máster. E no catarinense, teremos 14 meninos da base jogando. É como um laboratório para a Série A", diz o presidente.

O Avai sonha com a sul-americana em 2016, mas ficará feliz em manter-se na Série A. "Não adianta ficar imaginando o que não se consegue. O jeito é trabalhar com teto salarial enxuto e com jogadores de caráter. Não aceitamos mercenários e queremos jogadores que sonhem em crescer."

O acesso só veio na última rodada, com uma série de resultados. "Nosso planejamento era para que fosse mais fácil, mas tivemos problemas financeiros que estamos resolvendo. Subimos para ficar", diz o presidente.

Todos os entrevistados falam em uma mudança de pensamento dos dirigentes do futebol catarinense. "Ninguém mais torce para o outro cair. Se tivermos mais representantes, ficamos mais fortes individualmente", repetem, com uma outra diferença de enfoque.

Unidos e com dinheiro, não aceitam ser ioiô. São quatro, têm certeza que serão cinco e sonham com o sexto elemento. São os catarinenses. 

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