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Marcelo Rezende se orgulha de “caça” a Ricardo Teixeira e ataca padrão Fifa

24 Out 2013 - 18h25Por Uol

O jornalista e apresentador Marcelo Rezende divide opiniões entre os telespectadores brasileiros. Nos últimos anos, o autor do bordão “corta pra mim” virou sinônimo de sucesso por conseguir dar uma cara mais animada ao antes temido “Cidade Alerta”, da TV Record. No entanto, o que poucos sabem é que ele possui um passado notável no jornalismo esportivo, que envolve denúncias e uma espécie de guerra contra a corrupção no futebol, principalmente na CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O ano era 2001. Ainda funcionário da TV Globo, Marcelo Rezende descobriu que o então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, possuía uma mansão em Miami, nos Estados Unidos. Com o aval da emissora, ele foi atrás das contas do dirigente e fez um “Globo Repórter” especial sobre o comando da entidade.

O programa, que veio ao encontro de uma série de denúncias feitas anteriormente por outros veículos, teve grande repercussão por conta do número de revelações sobre Teixeira e a CBF Por isso, até hoje Rezende se diz orgulhoso pelo que define como “o início da queda” do mandatário.

Veja os bastidores do programa "Cidade Alerta", com Marcelo Rezende

1.ago.2013 - "Falta proteína no Brasil. Quem não come não produz inteligência. É preciso olhar o país como uma pátria, não na próxima eleição. A política no Brasil é medíocre. Ninguém constrói um país com repressão, polícia, porrada. Isso é apenas uma força, que todo país precisa ter". Leandro Moraes/UOL

“Passei a investigar o Eurico Miranda (então presidente do Vasco) depois da queda do alambrado em São Januário no jogo contra o São Caetano, na final da Copa João Havelange. Eu, Tim Lopes e o na época garoto Gustavo Poli. Nesse meio tempo, eu fui atrás do Eurico e descobri que o Ricardo Teixeira tinha uma mansão nos EUA, gigantesca. Coloquei a matéria do Eurico no ar e a Globo disse para ir atrás do Teixeira. Fomos descobrindo uma série de coisas e eu fiz um Globo Repórter sobre o Teixeira. Ali começou a queda dele, foi engraçado. Depois que foi ao ar ele infartou e parou no hospital. Ele sentiu o pepino”, conta em entrevista ao UOL Esporte.

Após as denúncias do jornalista, a CBF alterou os horários de alguns jogos do Campeonato Brasileiro e forçou a emissora a mudar sua grade de programação. A atitude, que foi vista como uma retaliação, chegou ao auge quando Julio Grondona, presidente da Federação Argentina e amigo de Ricardo Teixeira, pediu que o jogo contra o Brasil, até então agendado para 21h50, mudasse para as 20h, horário nobre da Globo.

Porém, apesar do orgulho em contar como bateu de frente com o comando da entidade máxima do futebol brasileiro, Rezende evita atacar diretamente Ricardo Teixeira quando questionado se gostaria de comentar uma hipotética prisão do dirigente no “Cidade Alerta”. Ele adota um tom “suave” para falar sobre a atual situação do ex-supercartola.

“Ele ainda vai ser julgado. Ninguém pode dizer se ele roubou ou não. As condenações que por ventura ele tenha são fiscais. Ele ainda vai ser julgado. Na hora que ele perdeu os postos que tinha e passou a ter problema do coração, pressão no raio que o parta, diabetes, você acha que ele não para e pensa:’será que valeu a pena?’”, comenta.

Mas, se evita atacar Teixeira antes de um julgamento, Rezende não escolhe palavras para criticar os “padrões Fifa” para a Copa do Mundo de 2014, assim como os gastos considerados excessivos por ele para a construção de estádios.

“Vágner Love chegará ao Parque São Jorge de helicóptero na segunda-feira. Está tudo fechado”. Com esta e tantas outras frases, Eduardo Savóia virou centro da mídia esportiva na metade dos anos 2000 e estourou os índices de audiência do Debate Bola, extinto programa da Record. Como o tempo já mostrou, o atacante não chegou ao Corinthians naquela segunda-feira e muito menos em qualquer outra, mas o jornalista ficou marcado como protagonista de uma das novelas mais bizarras do futebol brasileiro.

“Todo pais tem que ter prioridades. Um país é como o sujeito na casa dele. Ele pode comprar uma TV nova, carro novo, mas antes tem que saber se pode. A questão é uma só. Você tem um país com tantas necessidades básicas que vão desde saúde, saneamento básico, até luz. A Copa vai enriquecer a Fifa e a corrupção. Vai ser um gasto de dinheiro muito além do previsto. O Brasil não pode ouvir a Fifa. A entidade não queria acarajé em Salvador, como assim? Vai ser fu… antes que eu me esqueça. A baiana é uma das coisas mais tradicionais do Brasil. Eles também não deixam andar perto do estádio no dia de jogo. O dinheiro é meu, eles não mandam em mim. Se fizerem isso comigo vai pra pqp”, criticou.

Escola do esporte e decepção com “futebol moderno”

Nascido no Rio de Janeiro, o jornalista carioca, hoje com 62 anos, sempre teve ligado ao esporte. Flamenguista desde pequeno e aspirante a lutador de judô, Marcelo Rezende encontrou no jornalismo esportivo uma grande escola. Com passagens por veículos como Rádio e TV Globo, “Placar” e “Jornal dos Sports”, ele cobriu três Copas do Mundo e o Mundial Interclubes de 1981, que acabou com o título do clube de coração.

“O jornalista esportivo é o único que vê o antes, o durante e o depois. Vê treino, jogo e vestiário. Vê se alguém participa da reunião do conselho monetário? Pode até saber o que aconteceu depois, mas durante não. O esporte tem essa vantagem. É impressionante como você acompanha tudo. O esporte foi a minha grande formação”, afirma.

“Eu sempre tive uma visão do futebol social. O cara mora em um gueto, vai lá e está em um clube e ninguém sabe quem ele é. Ele entra no jogo, faz dois gols e ganha as manchetes de todos os jornais. Todo mundo quer saber quem ele é. De repente, ele tem acesso a uma coisa que ele nunca imaginou. Ele passa a ter acesso a um monte de loira siliconada pronta para sair com ele, dinheiro no bolso, carrão. Eu achava a imprensa muito punitiva com o jogador nesse sentido”, analisa.

A mudança para o jornalismo investigativo veio no final dos anos 80. Após um desentendimento com a chefia da TV Globo por conta de uma partida da seleção brasileira, o que quase acarretou em sua saída da emissora, Marcelo Rezende foi indicado por Armando Nogueira para cobrir o assassinato do empresário José Carlos Diniz, crime que teve grande repercussão no Brasil. O desempenho do jornalista foi um sucesso e ocasionou a mudança de área dentro da empresa.

Com a mudança de área na profissão, Marcelo Rezende se distanciou um pouco do esporte e passou a trabalhar com o que ele mesmo define como “ladrões originais”.

“Tem muita canalhice no futebol. Sempre fui de investigar as coisas. Fui atrás da história da venda do Zico para a Udinese, como entrava o dinheiro. Fiz uma série chamada Podres Poderes, como o Giulite Coutinho distribuía as verbas para as federações. Pensei comigo mesmo: ‘Ladrão por ladrão, eu vou lidar com os originais’”, comenta.

Desde então, o agora apresentador colecionou passagens por programas policiais como “Linha Direta”, da TV Globo, e “Repórter Cidadão”, da Rede TV!, até chegar ao comando do “Cidade Alerta”. Além disso, ele se destacou por entrevistas históricas, como a realizada com Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, um dos assassinos mais conhecidos do país no fim dos anos 90.

Hoje com as coberturas esportivas no passado, Marcelo Rezende passou a acompanhar o futebol mais como um telespectador. Ele não aparenta morrer de saudades da época em que trabalhava com a paixão nacional, demonstrando até mesmo certa decepção com a forma como imprensa e modalidade se relacionam atualmente.

“O futebol virou comércio. O jogador perdeu a naturalidade. Para abrir a boca tem que ter cinco assessores de imprensa. Antigamente você sentava com o Pelé para bater papo. Você encontrava Zico, Sócrates e conversava. A geração do Ronaldo pra cá virou uma sala de burocracias. Quantas vezes conversei com o Telê Santana contando piada até 22h. Ele foi um dos maiores contadores de piadas que conheci. Ele ganhava do Tom Cavalcante. E olha que o Tom é bom. Hoje é tudo na sala de imprensa, cheio de anúncio atrás, transações milionárias. O futebol virou cartório. O relacionamento entre jornalista e o artista está contaminado pela burocracia”, lamenta.

Mesmo assim, o jornalista afirma torcer para que a seleção brasileira seja campeã da Copa de 2014 e já escolheu até mesmo o seu craque favorito. Neymar? Não. Marcelo Rezende é fã de do zagueiro David Luiz, do Chelsea.

“Torço sim pela seleção. Tem um jogador que eu admiro muito que é esse David Luiz. É um p… jogador, atuava em qualquer seleção do mundo. Esse cara jogava em qualquer seleção de todos os tempos”, completa.

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