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Luverdense coloca “o Brasil que dá certo” no mapa do futebol em 2014

28 Out 2013 - 16h36Por Terra

Considerada pequena para padrões nacionais, a cidade de Lucas do Rio Verde (MT) tem 52 mil habitantes, mas vem se tornando nacionalmente conhecida nos últimos anos. Expoente da fronteira agrícola que atraiu migrantes do Sul do Brasil para o Centro-Oeste e para o Norte entre as décadas de 70 e 80, a cidade é um importante polo produtor de milho e soja. No entanto, no futebol, Lucas do Rio Verde é um território emergente, e que só agora vem colhendo os primeiros frutos do Luverdense, clube fundado em 2004 na cidade e que estará na Série B do Campeonato Brasileiro em 2014.

A vaga foi garantida neste domingo, graças à vitória no Estádio Passos da Ema por 2 a 0 sobre o Caxias, em confronto pelas quartas de final da Série C – no jogo de ida, em Caxias do Sul, vitória do time mato-grossense por 2 a 1. Assim, o Mato Grosso voltará a ter um clube na segunda divisão nacional pela primeira vez desde 1995, quando o próprio Luverdense ainda nem existia.

O acesso do clube é sintomático a respeito dos novos tempos do futebol do Mato Grosso. Diante de clubes tradicionais que perderam espaço no cenário nacional, como Mixto, Operário, Dom Bosco e Sinop, o estado vem ganhando terreno graças a dois jovens clubes: Cuiabá e Luverdense. O primeiro sofreu para escapar do rebaixamento na Série C deste ano, é verdade, mas o segundo coroou o melhor ano de sua breve história com a vaga na Série B conquistada neste fim de semana.

Para quem está no centro desta história, o resultado é muito significativo. Helmute Augusto Lawische, presidente do Luverdense, é um dos vários migrantes que deixaram o Rio Grande do Sul na década de 80 para buscar o Eldorado no Mato Grosso. Para ele, o sucesso não veio nas lavouras, mas em outros campos – os de futebol.

Em bate-papo com o Terra, Lawische comemorou o acesso e destacou o Mato Grosso também como um novo horizonte esportivo nacional. “O interior do Brasil, o Brasil que dá certo, também gosta de futebol. Não é só no litoral que se pode fazer futebol de verdade”, afirmou o dirigente por telefone, desabafando como porta-voz de “600 clubes que estão na miséria” enquanto uma elite de equipes recebe o maior percentual de verbas oriundas de direitos de transmissão de TV, por exemplo. “Não é um desabafo”, como destacou o próprio presidente, “mas informação”.

A partir de 2014, o time começará a obter também recursos da Série B. E graças a estes e outros recursos, poderá ampliar seu estádio para receber jogos da competição em Lucas do Rio Verde – ainda que partidas na futura Arena Pantanal, em Cuiabá (cerca de 350 km de distância), estejam na programação.

Confira a entrevista:

Terra – Presidente, o acesso do Luverdense encerra um jejum de 18 anos sem times do Mato Grosso na Série B do Campeonato Brasileiro. O que significa para o Luverdense ser protagonista deste momento?

Helmute Augusto Lawische - A gente fica muito contente, eufórico, muito orgulhoso com o que a gente desenvolveu. Fica muito lisonjeado por todos os elogios que a gente recebeu, muitos comentários. É um reconhecimento para o nosso trabalho. É um sentimento muito legal saber que deu certo.

Terra – Sempre que se fala de um sucesso de um clube, a gente ouve falar em termos um pouco vagos, como estrutura e planejamento. Certamente é o caso do Luverdense – mas qual seria o diferencial do clube na campanha de sucesso deste ano?

Helmute Augusto Lawische - Nossa persistência. O Mato Grosso é uma terra de oportunidades. Como eu, muitos viemos para cá. Chegamos 20, 30 anos atrás, e dissemos agora para os jogadores: agora pode se fazer até futebol no Mato Grosso, né? As coisas vêm. O Mato Grosso é uma terra muito fértil para se plantar ideias, sonhos. O Mato Grosso é uma terra de oportunidades – agora é uma terra de oportunidades para quem sabe fazer futebol. Quem não reconhece aqui, azar. Eu conheço o Brasil inteiro, muitos lugares fora do Brasil também – e aqui é espetacular.

Terra – Isso quer dizer novos tempos para o futebol do Mato Grosso?

Helmute Augusto Lawische - Com a estrutura que é a Arena Pantanal, vamos nos inserir definitivamente no cenário esportivo nacional. Gostaria que os homens que cuidam do futebol brasileiro soubessem: o interior do Brasil, o Brasil que dá certo, também gosta de futebol. Não é só no litoral que se pode fazer futebol de verdade. É uma vergonha, cara. Em sete anos de Série C (o time disputou o torneio em 2005 e de 2009 a 2013), não recebemos nem R$ 1 de cota de participação. Eu posso falar: não devo nem R$ 1 para ninguém. Não dei chateação para ninguém, reconheço quem me ajudou. Hoje o futebol tem uma cultura muito errada: tem muito dinheiro para poucos clubes e pouco dinheiro para muitos clubes. E o mais chato de tudo é que, quando se coloca muito para poucos, alguns brasileiros mal intencionados fazem coisinhas. Aí as torcidas brigam. As torcidas apaixonadas não sabem o que se faz na calada das negociações. Outros 600 clubes do brasil passam miséria. Apenas nas duas últimas (edições da Série C) é que ganhamos a logística. Nunca em R$ 1 de cota. Nem um desses para comprar o picolé.

Terra – Ano que vem, começa a entrar a verba de TV da Série B…

Helmute Augusto Lawische - Agora estamos no céu. Vamos ganhar cota de Série B. Graças a nossa luta, nossa persistência, nosso empenho, nossa sociedade que comprou a ideia aqui.

Terra – O Estádio Passo das Emas é pequeno (5 mil lugares). Com esses novos recursos, está nos planos reformar, ampliar o estádio? Está nos planos jogar na Arena Pantanal, por exemplo?

Helmute Augusto Lawische - Difícil era o acesso. Construir, ampliar o estádio é a coisa mais fácil que tem – ainda mais em uma cidade como a nossa, bem gerida, com bons gestores. Vamos mandar jogos em Lucas e alguns na arena em Cuiabá.

Terra – E já dá para pensar em brigar pelo acesso no ano que vem?

Helmute Augusto Lawische - Muita calma nessa hora, muita humildade. Não vamos mudar a postura.

 

 

Última participação do MT na Série B terminou em vexame

Foi em 1995, nove anos antes da fundação do Luverdense, a última vez que um clube do Mato Grosso disputou a Série B do Campeonato Brasileiro. E a exemplo do que acontecerá em 2014, o representante da ocasião não foi um time da capital Cuiabá, mas do interior do estado: o Barra do Garças, que não deixou uma impressão das mais positivas.

Naquele ano, a competição era disputada por 24 clubes, divididos em quatro grupos de seis times cada na primeira fase. O Barra do Garças estava no Grupo C, ao lado de América-SP, Americano, Atlético-PR, Goiatuba e Novorizontino. Com dez jogos na chave (jogos em casa e fora contra todos os rivais), o Barra terminou na lanterna da chave, somando duas vitórias (1 a 0 contra o América-SP e contra o Novorizontino, ambas no MT) e dois empates (1 a 1 contra o América-SP e 0 a 0 com o Goiatuba), perdendo seis partidas. O Atlético-PR foi o campeão do torneio, tendo o Coritiba como vice – ambos foram promovidos.

A equipe poderia participar novamente da Série B em 1996, mas foi afastada por conta de dívidas. Desde então, o Mato Grosso acabou perdendo espaço no cenário nacional, voltando a ganhar terreno com o surgimento dos emergentes Cuiabá e o próprio Luverdense.

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