O dólar comercial teve a quarta alta seguida nesta quarta-feira (2) e fechou com valorização de 1,95%, a R$ 3,76 na venda. É o maior nível desde 12 de dezembro de 2002, quando a moeda norte-americana valia R$ 3,785.
Somente nas últimas quatro sessões, o dólar acumulou valorização de 5,83%. Na véspera, a moeda norte-americana tinha subido 1,68%.
Neste ano, o dólar já avançou 41,41%. No acumulado em 12 meses, a alta chega 67,8%.
Cenário nacional
Os investidores estavam preocupados com as contas públicas brasileiras e com o risco de o país perder seu selo internacional de bom pagador.
"Tanto na política quanto na economia, a situação está muito difícil. É provável que o dólar suba ainda mais", afirmou o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters. Siaca espera que a moeda norte-americana se aproxime de R$ 4 nas próximas semanas.
Na segunda-feira (31), o governo enviou ao Congresso proposta de Orçamento de 2016 prevendo gastos maiores do que receitas. O mercado entendeu que a decisão aumenta a chance de o Brasil perder seu grau de investimento nos próximos meses.
Essa perspectiva vem levando investidores a venderem seus negócios denominados em reais, levando a uma alta do dólar.
Atuação do BC
A atuação do Banco Central também tem sido um foco importante para o mercado, que questiona se o BC pode aumentar sua intervenção no mercado de câmbio para desacelerar o avanço do dólar.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9.450 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 915 milhões, ou cerca de 10% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
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