O dólar tentou ensaiar queda pela manhã desta quinta-feira, mas o movimento não se sustentou e o real teve novo dia de enfraquecimento, novamente com um dos piores desempenho no mercado internacional de moedas. Profissionais do mercado de câmbio ressaltam que o acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia contribuiu para o dólar cair no exterior, mas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento fechado em Washington, sobre a possibilidade de intervenção no câmbio em caso de entrada “disruptiva” da moeda americana no Brasil acabou contribuindo para a valorização da moeda, que bateu máximas em meio às falas, a R$ 4,1809. No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,38%, a R$ 4,1696, a maior cotação desde 23 de setembro.
O diretor de tesouraria de um banco destaca que a declaração de Campos Neto “foi infeliz”, pois acontece em momento de escassez de dólares no mercado à vista e de fluxo forte de saída de capital externo do Brasil. Ao mesmo tempo, o executivo avalia que o mercado exagerou na pressão de compra após a fala, pois no mesmo discurso o presidente do BC também deu razões para o dólar cair. Em determinado momento, o dirigente disse que a autoridade monetária poderia vender reservas para dar liquidez ao mercado, caso seja necessário.
“O mercado estava em dinâmica ruim hoje (quinta)”, disse esse diretor. Ele observa que se as declarações de Campos Neto viessem em um dia bom, com mercado disposto a vender moeda, talvez pudesse prevalecer a fala sobre o uso das reservas. Mas com a pressão maior no câmbio, que já vem desde a semana passada, por conta do diferencial de juros historicamente baixo e tendendo a cair ainda mais, o mercado acabou ficando mais estressado e comprou dólar.
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