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COTAÇÃO DO DÓLAR

Dólar recua e fecha a R$ 3,30 pela primeira vez em quase 1 ano

Moeda dos EUA perdeu 2,61%, a R$ 3,3060; no ano, queda é de 16,2%

28 Jun 2016 - 17h05

O dólar fechou em forte queda nesta terça-feira (28), cotado a R$ 3,30 pela primeira vez em quase um ano, acompanhando a recuperação dos mercados globais após duas sessões de mau humor com a decisão do Reino Unido de deixar a UE (União Europeia).

 

O mercado também reagiu a declarações do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e à perspectiva de que os juros não devem cair tão cedo no Brasil.

 

A moeda norte-americana caiu 2,61%, a R$ 3,3060 na venda. 

 

A última vez que o dólar fechou abaixo de R$ 3,30 foi em 23 de julho de 2015.

 

No mês de junho, o dólar acumula queda de 8,47%. No ano de 2016, a moeda tem desvalorização de 16,2%.

 

Por que o dólar está caindo?

 

Miguel Daoud, consultor da Global Financial Advisor, disse ao G1 que a queda do dólar nesta terça está relacionada a um aumento nas apostas de que os juros no Brasil devam continuar altos, especialmente após declarações do novo presidente do BC, Ilan Goldfajn, reforçarem essas expectativas. O especialista também cita a menor exposição da moeda brasileira a riscos internacionais, pelo volume maior de dólares dentro do país.

 

“O Brasil hoje não tem mais uma vulnerabilidade em dólar, até por causa das nossas reservas. Nosso balanço de pagamentos está próximo de zerar tudo que entra e tudo que sai. O resultado da balança comercial de uma semana foi fantástico. Então o Brasil não vai ter necessidade de fazer financiamento em dólar porque estamos mudando essa vulnerabilidade”, explicou Daoud.

 

O outro motivo, segundo o economista, foi um aumento da expectativa da taxa de juros no Brasil. "Em momento em que o mundo está passando por um ajuste, isso acaba beneficiando o Brasil”, explica. “Se eu, como investidor, tenho uma posição em dólar, acabo querendo vender no mercado futuro e vou investir em juros, que vão continuar altos”, diz. Daoud lembra que o dólar baixo “pode ser favorável para controlar a inflação, mas é ruim para a balança comercial.”

 

André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, acrescentou ao G1 que, além dos efeitos das declarações de Ilan, há ainda o cenário internacional. “Muita gente tem colocado que a fala do Ilan está provocando a queda. Faz sentido, porque ele disse que o BC tem interesse em trazer a inflação o mais rápido possível para o centro da meta. Só que não pode subir os juros. Então, as pessoas se questionam se ele não vai cair na tentação de usar o câmbio”, disse.

 

“Mas a verdade é que todas as moedas emergentes estão caindo contra o dólar [hoje]. É um movimento global derivado de uma ressaca depois da queda [do real] decorrente da Brexit. Hoje é um dia em que todo mundo que perdeu voltou a se valorizar um pouco, com o petróleo também subindo, todas as bolsas”, acrescenta Perfeito.

 

O professor de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração), Alexandre Cabral, aponta que investidores aguardam interferências dos bancos centrais de diversos países para frear a alta da moeda norte-americana, pressionada nos últimos dias por causa do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia.

 

“No final da madrugada, começaram a surgir comentários de que os principais bancos centrais do mundo, como o Banco Central Europeu e o do Japão, pretendem segurar a valorização do dólar. É por isso que as principais moedas do mundo estão se valorizando frente ao dólar, inclusive o real. E, no mercado financeiro, está tendo ainda o ‘efeito manada’: eles dizem ‘vamos ver se batendo R$ 3,30 o BC faz alguma coisa’”, disse Cabral, em entrevista ao G1.

 

Nesta terça, o Banco Central do Brasil não anunciou oficialmente qualquer intervenção no câmbio.

 

Para alguns analistas, o dólar pode buscar o patamar de R$ 3,30 se o bom humor continuar e o BC permanecer ausente do mercado, destaca a Reuters. Nesta terça, o novo presidente do BC repetiu que o banco pode reduzir sua exposição cambial quando e se for possível e que poderá usar todas as ferramentas com parcimônia no câmbio.

 

Cenário externo

 

Nos mercados externos, as bolsas europeias tiveram a primeira alta desde a vitória do Brexit. Na Ásia, também houve avanço do mercado de ações, com as bolsas na China fechando na máxima de três semanas.

 

"Após dois dias de baixa, as bolsas globais mostram alguma reação. É o primeiro respiro após (a saída britânica da UE)", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em relatório, segundo a Reuters. 

 

"A melhora, no entanto, tende a ser provisória, em nossa opinião. Ainda há muito a discutir, e as incertezas continuarão presentes", acrescentaram.

 

BC diz que cenário não permite corte de juros

 

O mercado brasileiro manteve a tendência de apresentar quedas maiores do dólar do que seus pares na América Latina, ajudado também pela perspectiva de que o BC só volte a cortar os juros básicos em outubro e pela ausência de interferência no câmbio.

 

Em documento, o BC informou nesta terça-feira que o cenário central "não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias", ou seja, com corte de juros. A manutenção da Selic em 14,25% por mais tempo tende a sustentar a atratividade do mercado local para investidores estrangeiros.

 

O Banco Central estimou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - a inflação oficial do país - deve ficar próximo de 7% neste ano. Com isso o IPCA deverá ficar, pelo segundo ano seguido, acima do teto de 6,5% determinado pelo sistema de metas de inflação brasileiro

 

Goldfajn disse ainda que a instituição não irá recomendar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) elevar a meta central de inflação para 2017, que está fixada em 4,5%.

 

Último fechamento

 

Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,44%, a R$ 3,3946 na venda, após chegar a R$ 3,4167 na máxima desta sessão e a R$ 3,3733 na mínima.

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