O dólar comercial fechou esta segunda-feira (5) em queda de 1,14%, a R$ 3,901 na venda. Com isso, o dólar se mantém no menor valor de fechamento desde 17 de setembro, quando valia R$ 3,882.
É a segunda sessão em que a moeda norte-americana fecha com baixa de mais de 1%; na sexta-feira, já tinha caído 1,42%.
Na semana passada, o dólar acumulou baixa de 0,75%, após seis semanas seguidas de alta.
Cenário internacional
Nova rodada de dados fracos sobre a economia dos Estados Unidos geraram apostas de que os juros só subirão por lá no ano que vem.
"O Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) tem muitos argumentos para esperar até o ano que vem para subir juros", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters.
Na sexta-feira, dados mostraram que os empregadores nos EUA reduziram as contratações nos últimos dois meses, e os salários caíram em setembro.
Nesta sessão, dois relatórios fracos sobre o setor de serviços norte-americano confirmaram essa percepção de que o Fed pode levar mais tempos para subir os juros.
Taxas de juros mais altas nos EUA preocupam investidores, pois podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.
Cenário brasileiro
Apesar do bom humor no mercado externo, investidores continuavam preocupados com a situação política e econômica no Brasil.
"Temos um cenário muito difícil aqui, com a questão do TCU e os vetos presidenciais", disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters. Ele referia-se à análise pelo Tribunal de Contas da União das contas públicas do governo de 2014, que pode dar espaço para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e à votação no Congresso de vetos presidenciais com impacto sobre as contas do governo.
O julgamento do TCU está marcado para quarta-feira. O governo federal questiona a isenção do relator do processo, ministro Augusto Nardes, por considerar que ele desrespeitou as regras da magistratura ao adiantar seu posicionamento sobre o caso em entrevistas a órgãos de imprensa.
Atuações do BC
O Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos. Até agora, o BC já rolou US$ 1,534 bilhão, ou cerca de 15% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
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