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Negócios e finanças

Clássico: Fábrica de bolinha de gude sobrevive e fatura R$ 90 mil por mês

10 Out 2014 - 15h18Por Uol

Em uma época em que a atenção das crianças é dividida entre tablets e smartphones, ainda há quem aposte em bolinhas de gude e piões como negócio. É o caso da fábrica Embalado, em Guarulhos (região metropolitana de São Paulo), que vende cerca de 4,5 milhões de esferas de vidro por mês, ao preço de R$ 0,02 cada, e fatura R$ 90 mil.

O dono da fábrica, Antônio Carlos Rielo, 70, produz bolinhas de gude há 40 anos. O produto é feito de restos de vidro, que ele compra de indústrias. Os cacos são derretidos em um forno a 1.300ºC e as gotas do material incandescente caem em um cano que vibra e dá forma esférica ao vidro.

Depois de prontas, as bolinhas precisam ser resfriadas durante 24 horas em temperatura ambiente. Em um único dia a empresa chega a derreter três toneladas de vidro para produzir 400 mil bolinhas de gude, segundo Rielo. Seus principais clientes são bazares, docerias e lojas de armarinhos.

Na zona leste de São Paulo, a Costero tem capacidade para produzir mais de 1 milhão de bolinhas de gude em um dia, segundo a sócia do negócio Carmen Valdeti, 60. De acordo com ela, a empresa vende cerca de 10 milhões de bolinhas de gude ao mês.

Uma embalagem com 300 bolinhas lisas (de cor única) custa R$ 3,50, enquanto 150 bolinhas carambolas (com três cores dentro) saem por R$ 5,40. O faturamento não foi informado. 

Pião ainda é popular em regiões carentes

Outra brincadeira de antigamente que resiste no mercado é o pião de madeira. Nelson Signorelli Júnior, 32, e o pai produzem piões há 16 anos no bairro de Itaquera (zona leste de São Paulo). As vendas são feitas por atacado em embalagens de 12 a 300 unidades. Cada um custa R$ 0,75 com cordão (também chamado de fieira).

Por mês, a empresa vende cerca de 20 mil brinquedos, principalmente para Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e lojas da rua 25 de Março, na capital paulista. "Ainda há muitas regiões carentes onde o pião é bastante popular porque as crianças não têm condições de comprar brinquedos eletrônicos", afirma. O faturamento não foi informado. 

Negócios já foram mais lucrativos

As três empresas relatam que já viveram dias melhores. Signorelli Júnior afirma que, no início do negócio, vendia o dobro de piões. "É muito difícil competir com os aparelhos eletrônicos. Tenho um filho de 7 anos que passa boa parte do dia jogando no computador e no celular."

Rielo, por sua vez, diz que já teve 22 funcionários. Hoje, a fábrica funciona com 15. "Já tentei mudar a embalagem, reduzir a quantidade de bolinhas, mas nada surtiu efeito", declara.

Diante da dificuldade, as bolinhas de gude ganharam novo fôlego em outros nichos. Além das brincadeiras infantis, o produto é usado em artigos de decoração, artesanato e no interior de latas de spray de tinta. 

Segundo Valdeti, 40% da produção da Costero vai para a indústria de tintas; 30% vão para lojas, que revendem para o consumidor final; e os 30% restantes são usados na decoração. "Se dependêssemos apenas da venda para crianças, a empresa já teria fechado", diz.

Mercado tem poucas oportunidades, diz consultor

O cenário é pouco animador para quem pretende investir em brincadeiras de antigamente, como bolinhas de gude e pião, segundo o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), Marcelo Sinelli.

Para o consultor, a competição com os eletrônicos é muito difícil e o processo de urbanização das cidades também dificulta a venda desses artigos para crianças. "Não há mais tantas áreas descampadas ou terrenos baldios para se jogar bolinha de gude e pião como havia antigamente", diz.

Uma alternativa, de acordo com ele, é investir em novos nichos de mercado. "O empresário pode mudar o público e vender o produto para o adulto que costumava brincar na infância ou mesmo para empresas que utilizem a mercadoria em alguma etapa de seu processo produtivo, como é o caso das latas de spray e da decoração", diz.

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