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SUPERAÇÃO

Depois de 9 anos no crack, douradense vence o vício, estuda, passa em concurso e torna-se professor

A dependência química é um problema que atinge milhões de pessoas em todo o Brasil.

7 Fev 2019 - 11h01Por Dourados Agora

A dependência química é um problema que atinge milhões de pessoas em todo o Brasil. Em Dourados, a realidade não é diferente, pois infelizmente muitas pessoas estão presas ao vício das drogas, sem nenhuma expectativa de mudança de vida. As conseqüências atingem não somente os usuários, que são afetados fisicamente e psicologicamente por várias doenças ligadas ao consumo dos entorpecentes, mas também a família e toda a sociedade, pois muitos crimes como roubos e homicídios são provocados por pessoas que para manter o vício ou ganhar dinheiro através dele, não medem as consequências.

Apesar das dificuldades para recuperação dos dependentes químicos- como a falta de investimento do poder público para manter locais com estrutura e profissionais preparados para atuarem nesse processo- muita gente consegue vencer o vício e escrever uma nova história, foi isso que aconteceu na vida do Erivaldo Bezerra, de 38 anos, morador em Dourados que atualmente é professor pedagogo da rede municipal de ensino. Ele esteve por vários anos preso ao consumo do crack; entre levantadas e recaídas conseguiu se libertar, constituiu uma família, estudou foi aprovado em concurso público e está há 10 anos sem consumir nenhuma droga.

Confira a entrevista:

Quando começou a usar drogas? Fale um pouco sobre as circunstâncias dessa época.

R: Meu primeiro contato com as drogas se deu ainda na minha adolescência, com 16 anos de idade, por meio de algumas amizades comecei a ingerir bebidas alcoólicas e, logo em seguida, experimentei a maconha. Todavia o vício foi evoluindo, até que em um dia, provei o crack.

Ficou por quanto tempo preso ao vício?

R: Fiquei preso ao vício do crack dos 19 aos 28 anos de idade.

O que foi mais difícil durante o processo de recuperação? Chegou a ter recaídas?

R: Nunca quis ser um dependente químico, todavia, devido as escolhas que fiz em minha vida, acabou acontecendo. Foi diantedesse fato lamentável que caí na real. A partir daí, comecei a lutar pela minha recuperação, mas não conseguia me libertar do vício. Passei por sete internações em centros de recuperações terapêuticas, financiados por instituições evangélicas, uma vez que o governo não oferece esse tipo de tratamento em regime de internação.

O mais difícil eram os momentos em que saia dos tratamentos, pois não conseguia me manter longe das drogas por muito tempo, embora quisesse muito. A falta de um acompanhamento pós-tratamento dificultava a minha caminhada de forma considerável.

O que te motivou a não desistir?

R: Hoje, faz aproximadamente 10 anos que estou sem uso de drogas (lícitas e ilícitas). O que me dá forças para eu manter-me limpo, em primeiro lugar é a minha fé em Deus, seguido da família que construí, pois me casei e tenho uma filha de 5 anos; além disso, cansei de ser um mau exemplo para a sociedade. Gostaria que muitos soubessem que existe sim, recuperação para o ser humano, independentemente de seus erros do passado.

Depois de liberto das drogas, quais suas ocupações?

R: Conclui meu ensino médio pelo EJA, cursei pedagogia pela UEMS e fiz Pós Graduação na área de Educação Especial, fui aprovado em 3° lugar no último concurso para professores da rede municipal de Dourados e, atualmente, sou professor dos anos iniciais.

Qual conselho daria para quem tem dependentes químico na família?

R: Tenham fé em Deus e não desistam de lutar pelos seus entes queridos. Procurem ajuda de pessoas que possam fazer algo, pois eu era um ser humano irrecuperável e graças a minha insistência e de meus familiares na minha recuperação, hoje, tornei-me um cidadão de bem e que tem contribuído positivamente para nossa sociedade.

Erivaldo Bezerra foi um dos escolhidos para conduzir a tocha olímpica que passou por Dourados em 2016Erivaldo Bezerra foi um dos escolhidos para conduzir a tocha olímpica que passou por Dourados em 2016

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