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Wagner Cordeiro escreve sobre a Copa do Mundo na África do Sul

22 Jun 2010 - 18h34Por Wagner Cordeiro

COPA DO MUNDO FIFA 2010: UMA OPORTUNIDADE PARA REFLETIR SOBRE A ÁFRICA

 

 

Wagner Cordeiro Chagas

 

Pela primeira vez na história, uma Copa do Mundo da Federação Internacional de Futebol (FIFA) é realizada na África, mais precisamente na África do Sul. Sem dúvida, trata-se de uma grande conquista para aquele sofrido continente que por séculos foi vítima de uma dominação imperialista por parte de alguns países europeus.

 

 

A África destaca-se como a terceira maior massa continental da Terra (atrás apenas da Ásia e da América), possui aproximadamente 900 milhões de habitantes, e 53 nações independentes. Em relação a sua população, existem inúmeras sociedades que ainda preservam os costumes dos povos antepassados, do período em que o homem branco nem pensava em explorar tal região, o que torna o continente um dos mais ricos em termos de diversidade cultural.

 

 

No entanto, por outro lado, a maior parte da população africana é considerada a mais pobre do planeta, devido a uma série de fatores, que abarcam desde o processo de colonização pelas metrópoles europeia, nos séculos XIX e XX, às longas guerras de luta por independência e territórios, e o surgimento de governos ditatoriais e corruptos.

 

 

Na fase da história humana conhecida como Expansão Marítimo-Comercial Europeia, entre os séculos XV e XVII, quando Portugal e Espanha, principalmente, em busca de novas rotas comerciais para as Índias, expandiram seus domínios territoriais ao invadirem a América, e em seguida o Brasil, os navegadores portugueses já haviam fundado entrepostos comerciais - famosas feitorias - na costa atlântica africana.

 

 

Mas, naquele contexto, os olhos dos dirigentes do Velho Mundo estavam mais voltados a colonizar e explorar a América ao invés da África, que serviria apenas de exportadora de mão-de-obra escrava para os trabalhos nas colônias americanas.

 

 

Séculos mais tarde, a política de dominação das Américas sofreu um forte abalo quando se iniciou a luta pela emancipação. No século XIX, grande parcela das colônias havia declarado o fim dos laços de dominação com suas metrópoles, entre eles o Brasil, no dia 7de setembro de 1822. Sem ter mais como explorar o povo americano, as nações colonizadoras tinham uma segunda opção para continuar com sua louca ambição capitalista em busca de matéria-prima barata e consumidores para seus produtos industrializados, a África e parte da Ásia.

 

 

A partir do século XIX, países como a Inglaterra, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, ocuparam – sem pedir licença – os territórios do continente africano, tendo como argumentos para isso as ideias civilizatórias do homem branco, ou seja, os colonizadores diziam-se superiores aos outros povos devido ao progresso vivido com a Revolução Industrial, e assim viam-se no direito de expandir seus domínios e disseminar para o restante do mundo suas crenças religiosas (cristianismo), e o avanço tecnológico e científico.

 

 

Com a realização da Conferência de Berlim em 1884, iniciou-se o processo de partilha da África entre as potências européias. Com isso, tais países teriam matérias-primas para explorar e mercado consumidor para vender suas mercadorias. Além da exploração econômica, os estados dominadores oprimiram grande parte da sociedade colonizada, além de desconstruiu culturas milenares ali existentes.

 

 

A descolonização africana veio logo após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) por meio das lutas dos movimentos nacionalistas que buscavam a independência política de seus povos. Apesar disto, a liberdade política não representou a emancipação social e econômica. Diversas nações livres viram ascender ao poder governos que administraram sob a influência dos poderosos grupos empresarias que ali instalaram suas filiais, em decorrência da abundância de recursos minerais e mão-de-obra barata, e continuaram a exploração daqueles habitantes.

 

 

A África descolonizada foi também palco de regimes ditatoriais que assassinaram centenas de pessoas, como por exemplo, o caso de Uganda, onde entre 1971 e 1979, o sanguinário ditador Idi Amin Dada impôs uma das mais severas ditaduras militares da história recente.

 

 

Além deste regime, o país sede da Copa foi cenário de uma política racista, que vigorou de 1948 a 1990 e que determinava a segregação entre brancos e a negros, conhecida como Apartheid.

 

 

Outra situação muito comum no continente são as constantes guerras por territórios entre etnias rivais, o que leva milhares de homens, mulheres e crianças a se refugiarem para outros países.

 

 

Apesar de ser devastado pela fome, por conflitos armados, pelas inúmeras epidemias de doenças, como a AIDS e a malária, o continente africano não é composto somente por desgraças. As partidas de futebol nos estádios sul-africanos têm demonstrado um povo feliz (e também barulhento, com suas famosas vuvuzelas). Alegria que muitas vezes permite esquecer os problemas, enquanto a arte do esporte contagia multidões.

 

 

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