Uruguai e Brasil fecharam um acordo automotivo voltado para equilibrar o comércio do setor entre os dois países, anunciou nesta terça-feira o vice-ministro da Indústria e Energia uruguaio, Martín Ponce de León.
"Estamos praticamente com o acordo concluído", informou Ponce de León à imprensa paralelamente a um seminário sobre o incentivo à integração produtiva no Mercosul, do qual o Uruguai faz parte junto com Argentina, Brasil e Paraguai, sendo objeto de negociações a adesão plena da Venezuela.
"Tudo começou com a vinda do então ministro (brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz) Furlan há alguns meses (em março), quando foram fixadas as linhas do que hoje estamos terminando de redigir", disse o funcionário, que espera protocolizar o acordo "nas próximas horas".
Ele explicou que "os benefícios" para o Uruguai do acordo alcançado "consistem em aumentar as possibilidades de ingressos sem maiores encargos ao mercado brasileiro". Isto permitirá buscar novos investimentos e o desenvolvimento do comércio "que compensem e equilibrem a balança no setor automotivo com o Brasil".
Segundo ele, em 2006 "o Uruguai comprou US$ 180 milhões da indústria automotiva do Brasil que, por sua vez, comprou de nós US$ 12 milhões. Isso não é sustentável".
O acordo diz respeito a um aumento dos volumes que "poderiam entrar sem tarifas no Brasil. Digo poderiam, porque a certa quantidade que temos hoje não é bastante para gerar investimentos, o que torna então um comércio assimétrico".
O vice-ministro citou um exemplo, no que diz respeito a caminhões, que passaram de 800 a 2.000 por ano. Explicou que a cota de 800 era tão pequena que o setor privado não se preocupava em investir.
O acordo também prevê cotas de ingresso no Brasil de 2.000 blindados uruguaios por ano, assim veículos utilitários.
O acordo vai vigorar até 1 de julho de 2008, quando se espera que os países do Mercosul terminem de negociar uma política automotiva comum - um processo que começou em julho de 2007.
Folha Online
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