Os cientistas e físicos franceses, Yannick Guyot e Georges Boulon, da Universidade Claude Bernard Lyon 1, estiveram na UEMS, em Dourados, na companhia dos professores Luís Humberto da Cunha Andrade e Sandro Márcio Lima, encerrando um ciclo de pesquisas que durou quatro anos, cujos objetivos eram testar e desenvolver materiais para a produção de luz branca e lasers sólidos a partir de vidros que poderiam substituir, por exemplo, as lâmpadas fluorescentes e incandescentes, não agredindo o meio ambiente e a população.
A busca por novas possibilidades de produção da luz branca é justificada, segundo os professores, pelo fato de a lâmpada fluorescente ser prejudicial para o meio ambiente e para a saúde humana, já que contém metais pesados, como o mercúrio, e não há no Brasil e em vários países um sistema adequado de coleta e reciclagem de lâmpadas, assim como de pilhas e baterias.
Durante os estudos, foram testados vidros dopados com os elementos da tabela periódica Titânio, Itérbio e Cério sendo que os dois primeiros estudados para produção de lasers sintonizaveis na região do visível ao infravermelho e o cério como fonte de geração de luz branca.
Segundo o professor Sandro, falta apenas uma fonte específica de bombardeio dos materiais para a produção do laser, mas este equipamento já está comprado e a UEMS poderá desenvolver o protótipo do produto. “O interessante é que produziremos luz por meio de um material vítreo e não por meio de cristais como é feito até o momento, o que barateia o processo de produção e, se implantado, também pode diminuir o preço para o consumidor final”.
No fechamento deste ciclo da pesquisa, o Grupo de Espectroscopia Óptica e Fototérmica (GEOF) da UEMS trabalha na publicação dos resultados em periódicos científicos a fim de chamar a atenção da comunidade para as promissoras propriedades do material. Em 2011 os pesquisadores pretendem submeter um novo projeto aos órgãos de fomento à pesquisa, para prosseguirem com as missões entre França e Brasil. No final do ano, os professores Luis Humberto da Cunha Andrade e Sandro Márcio Lima viajarão novamente à França para testar ainda um último elemento, o Európio.
Parceria Brasil e França
É importante destacar que essas pesquisas que unem os dois países, inclusive por meio de intercâmbios de estudos, são financiadas pelo Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (COFECUB) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
As pesquisas acontecem desde 2007, sendo que em 2008, primeira vez em que Yannick Guyot esteve na UEMS, buscou-se desenvolver um material para a produção de laser, também a partir de um vidro. Em janeiro de 2009 e janeiro de 2010, o professor Luis Humberto esteve na França realizando seu pós-doutorado, já que o país e a Universidade Bernard Lyon 1 têm competência reconhecida mundialmente quanto à caracterização de materiais luminescentes, tanto em conhecimento quanto em tecnologia.
O objetivo dos pesquisadores brasileiros é consolidar também parte desse conhecimento no Brasil. Isso vem acontecendo no GEOF que é sediado no Centro Integrado de Análises do Meio Ambiente (CInAM – UEMS). Segundo os professores da área, o GEOF caminha para ser referência em pesquisa científica de alto nível na região Centro-Oeste. Para o pesquisador francês, competência e tecnologia francesas devem ser trazidas para o Brasil, mas eles também têm o que aprender com a gente. “Atualmente o Laboratório de Materiais Luminescentes de Lyon não se dedica a preparar vidros como os desenvolvidos no Brasil para essas pesquisas”, destaca Guyot.
Os membros do GEOF ressaltam que o laboratório e estudos desenvolvidos na parceria com a França já vem se constituindo através da divulgação científica como, por exemplo, a publicação de artigo científico na Revista Physical Review Letters, uma das mais importantes revistas de física do mundo. Destaca-se também a participação do prof. Dr Luis Humberto da Cunha Andrade como palestrantes convidados no 7th International Conference on 4f-Elements, realizado na Universidade de Colônia / Alemanha, que ocorreu em agosto de 2009.
Cabe lembrar que o projeto envolve ainda três professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM): Antonio Carlos Bento, Antonio Medina Neto e Mauro Luciano Baesso.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Cadela espera toda noite pela chegada de Boechat, diz mulher do jornalista

Reconstrução de rosto de mulher espancada na Barra vai durar seis meses, diz médico

Aposentadoria é para viver, não para receber só à beira da morte

Ladrões invadem estabelecimentos, obrigam funcionárias a tirarem a roupa, filmam e extorquem vítimas

Atirador invade escritório de advocacia e mata duas pessoas

Rízia chora por estar acorrentada: 'Vontade de desistir'

Deputados do PSOL distribuem laranjas na chegada de Bolsonaro à Câmara

Pedreira caprichosa viraliza com trabalho detalhista e ganha novos clientes

O Boticário apresenta Quasar Brave, venha conferir no O Boticário em Fátima do Sul
