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Tragédia em escola deixa mais de 100 mortos na Rússia

3 Set 2004 - 16h14
Militares russos invadiram uma escola na sexta-feira, culpando os sequestradores chechenos pelo início da sangrenta batalha que matou mais de cem pessoas, inclusive dezenas de crianças, e deixou centenas de feridos.

Aos gritos, crianças aterrorizadas -- algumas nuas, outras com o rosto ensanguentado -- saíram correndo da escola depois de passarem 53 horas nas mãos de militantes que tinham bombas atadas ao corpo. Houve disparos de metralhadoras, enquanto helicópteros sobrevoavam o local.

Horas depois da invasão, uma fonte oficial disse que ainda havia crianças como reféns, e foram ouvidas novas explosões. Um número desconhecido de sequestradores fugiu, mas as autoridades disseram mais tarde que três foram capturados com vida.

Os corpulentos soldados cuidavam das crianças que fugiam e as encaminhavam para os médicos que as esperavam. "Eu quebrei a vidraça para sair", disse um menino com a mão enfaixada a uma TV local. "As pessoas corriam em todas as direções. Estavam atirando do telhado", afirmou. As crianças, muitas apenas com cuecas ou calcinhas, depois de dois dias sem comida ou água e sob forte calor, recebiam líquidos ao sair e pareciam atônitas à espera de seus parentes, mesmo quando havia barulho de tiros ao redor.

79 CORPOS IDENTIFICADOS

O diretor regional do FSB (serviço nacional de segurança), Valery Andreyev, disse que 79 corpos foram identificados até agora. "O número de mortos pode ser bem mais do que 150", afirmou por sua vez Aslambek Aslakhanov, assessor do presidente Vladimir Putin.

Não se sabe ao certo quantos reféns estiveram na escola, mas podem ter sido até 1.500, entre alunos, país e professores que participavam de uma cerimônia pelo início do ano letivo. Testemunhas viram cerca de 20 crianças mortas num necrotério, e o Ministério das Emergências informou que 646 pessoas, inclusive 227 crianças foram hospitalizadas.

As autoridades russas afirmavam que não pretendiam invadir a escola, mas disseram que tiveram de agir quando os sequestradores começaram a disparar contra crianças que fugiam.

Momentos antes, os militares haviam enviado um veículo para recolher os corpos das pessoas mortas no começo da ocupação da escola, na quarta-feira.

Andreyev disse que as forças de segurança mataram 20 militantes, entre os quais dez árabes. Essa informação reforça a frequente acusação de Moscou de que há militantes islâmicos estrangeiros participando na campanha pela independência da República da Chechênia, região vizinha à República da Ossétia do Norte, onde fica Beslan.

Há dois anos, rebeldes chechenos protagonizaram um incidente semelhante num teatro de Moscou, que também terminou em tragédia. Após um longo cerco, as tropas russas invadiram o local lançando um gás tóxico, que matou 129 reféns e 41 guerrilheiros.

Na semana passada, dois aviões explodiram quase simultaneamente no sul da Rússia, matando 90 pessoas e despertando suspeitas de terrorismo. Na terça-feira, uma mulher-bomba provocou uma explosão no centro de Moscou, matando nove.

Os atentados coincidem com a época eleitoral na Chechênia, que no domingo passado elegeu um aliado do Kremlin para substituir um presidente anterior, que havia sido assassinado.

APOIO MUNDIAL

Líderes mundiais enviaram mensagens de apoio e solidariedade à Rússia, embora muitos questionem o respeito de Moscou pelos direitos humanos no conflito com os separatistas chechenos.

"Este é mais um sombrio lembrete de até onde os terroristas vão para ameaçarem o mundo civilizado", disse o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em um comício eleitoral em Wisconsin. "Estamos ao lado do povo da Rússia."

O Ministério do Interior da Ossétia do Norte disse à agência de notícias Intefax que os cerca de 40 sequestradores se dividiram em três grupos. Cinco deles teriam permanecido na escola, enquanto um grupo maior tentava fugir da cidade e outros buscavam se misturar aos reféns.

Alexander Dzasokhov, presidente da Ossétia do Norte, disse que os militantes exigiram a independência da Chechênia, o que seria a primeira prova da ligação desse grupo com os separatistas da república vizinha.

 

 

Reuters

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