Com a taxa extra de R$ 3 para entregas no município do Rio, por causa da violência, os Correios devem arrecadar R$ 9 milhões a mais por mês a partir de 6 de março, quando começa a cobrança. Segundo estimativa de Gabriel Drummond, sócio-diretor da empresa de logística Intelipost, o estado responde por cerca de 10% das entregas nacionais, a maioria na capital.
— Em todo o país, o comércio eletrônico distribui 80 milhões de produtos, e os Correios respondem por um terço disso — explicou.
Os Correios não divulgaram o valor oficialmente. A Defensoria Pública da União (DPU) vai apurar a cobrança da taxa e deu cinco dias corridos para a empresa enviar explicações. O Procon-RJ e a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) também devem contestar a taxa extra.
Dados obtidos pelo EXTRA, via Lei de Acesso à Informação, mostram que, de janeiro a outubro de 2017, foram registrados 62.577 roubos e furtos de encomendas em território fluminense (61.170 roubos, além de 1.407 furtos). A cada sete minutos, em média, uma correspondência é roubada ou furtada de veículos ou de carteiros no estado do Rio. O número de correspondências levadas por criminosos no período equivale a 32,9% do total de ocorrências do país. São Paulo teve mais roubos e furtos do que o Rio: foram 95.472 no período, ou 52,6% mais ocorrências. A população paulista, porém, é quase três vezes maior.
Os consumidores cariocas torceram o nariz para a novidade. Ontem, em postos dos Correios nas zonas Norte e Oeste, o clima era de insatisfação. Entre as queixas, estava o fato de a cobrança ser somada ao reajuste anual, com média de 8% para remessas entre capitais.
— Sempre compro pela internet e já pago um frete caríssimo porque quero que chegue logo. Aí, além da taxa, ainda vem outro aumento — reclamou o técnico de enfermagem Vinícius Sacramento, de 52 anos, numa agência de Jacarepaguá.
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