Nem sempre os mais velhos podem ser considerados exemplo. Ao contrário dos três volantes e da postura defensiva da seleção brasileira que disputa a Copa América, os garotos do time sub-17 do Brasil que vão jogar o Pan-Americano prometem partir para cima dos adversários, deixando apenas um encarregado pela marcação no meio-campo.
Enquanto Gilberto Silva, Mineiro e Josué formam uma verdadeira barreira à frente dos zagueiros na equipe do técnico Dunga, deixando somente Júlio Baptista mais próximo dos atacantes, os jovens Fellipe, Lulinha e Alex garantem que o volante Tiago dará conta do recado na contenção do setor, deixando-os livre para criar. "Nosso time é ofensivo, jogamos comigo e o Alex como meias e mais o Fellipe, que sempre chega pela direita como um terceiro jogador de criação. Estamos jogando em casa e temos sempre que tomar a iniciativa de atacar e buscar os gols," disse o jogador do Corinthians Lulinha, considerado o maior destaque da equipe brasileira que disputará o Pan.
Responsável por exercer a função de cão-de-guarda da defesa, o gremista Tiago garante que o time não ficará exposto com a formação ofensiva. No esquema 4-4-2 do técnico Lucho Nizzo, o volante receberá ajuda de Fellipe, do Botafogo, na marcação. Tiago considera que o time tem condições de atuar dessa forma porque já existe um entrosamento entre os jogadores, que conquistaram o título sul-americano no Equador antes do Pan.
Para ele, os laterais também precisam estar atentos para não atacarem ao mesmo tempo. "Dá para fechar legal, o Felipe faz um papel importante de aparecer para as jogadas pelo lado, mas também fecha o meio quando precisa. Nosso time está jogando certinho, tanto na frente como na defesa," disse o jogador após o treino da equipe na manhã desta quarta-feira.
Vocação ofensiva
No ataque, a seleção sub-17 tem uma formação com características parecidas às da dupla Robinho e Vágner Love do time principal. Maicon, do Fluminense, e Júnior, do Botafogo, são os titulares, este último com a função de ficar mais fixo na área enquanto o outro joga pelos flancos. "O Júnior joga mais como o Vágner Love ou o Afonso, fazendo o pivô para os jogadores que vêm de trás," disse Lulinha, que foi artilheiro do Sul-Americano com 12 gols marcados, lembrando os dois atacantes que estão com a seleção brasileira principal na final da Copa América da Venezuela.
O técnico Nizzo reconhece a vocação ofensiva do time e promete não censurar a postura dos jogadores, porém a "necessidade de obter um bom resultado jogando em casa" pode levá-lo a abrir mão do ataque para segurar qualquer vitória por 1 a 0. "Por eles era só ataque o tempo todo, mas precisamos desenvolver uma consciência tática para não sairmos atacando atabalhoados e deixar espaços. Se for preciso jogar com três volantes para garantir um resultado, certamente vamos fazer isso," afirmou.
Mídia Max
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar