Não é com a "cara do PSDB" que o candidato tucano a presidente, José Serra, vai se apresentar na entrevista desta noite ao Jornal Nacional da TV Globo e no programa eleitoral gratuito, na semana que vem.
Serra quer que o PSDB tenha a cara dele na disputa presidencial - e não o contrário.
Em reuniões com a coordenação da campanha, Serra e seus conselheiros avaliaram que, no embate com o PT, a acusação de representar um partido que defende menor presença do Estado na economia não é o que mais pesa.
O problema maior é a suposta imagem elitista do partido que, na avaliação dos tucanos, não bate com o discurso nem com o perfil do candidato.
Diante disso, a ordem é reforçar a linguagem e a imagem de candidato distante da figura elitista. Seja no programa eleitoral ou na campanha de rua, o certo é que Serra vai bater bumbo naquilo que considera suas melhores marcas: os medicamentos genéricos, o seguro-desemprego, o perfil antifinancista, a defesa contundente da educação e da saúde públicas de qualidade e de empresas estatais postas a serviço da sociedade, e não de partidos políticos que se aboletam nos cargos os seus aliados.
Os tucanos entendem que Serra é "uma marca popular muito forte", forjada ao longo da própria trajetória política e administrativa dele, e querem reforçar isto no horário eleitoral.
Os estrategistas da campanha trabalham para descolar o candidato dos pontos negativos que pesariam sobre a imagem do PSDB e, assim, fazer valer as marcas pessoais do próprio Serra.
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