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Ricos gastam dez vezes mais que pobres no Brasil

29 Ago 2007 - 14h48
A fatia mais rica da população brasileira tem despesas dez vezes maiores que a parcela mais pobre. É o que mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dados selecionados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. 
 
Segundo perfil de despesas e rendimento traçado pelo instituto, 40% das famílias com menos rendimentos (até R$ 758,25) possuíam, em 2003, uma despesa per capita de aproximadamente R$ 180,00, enquanto as 10% mais ricas (igual ou maior que R$ 3.875,78) tinham despesa por pessoa de R$ 1.800,00. A pesquisa mostra ainda que, independentemente da composição familiar, habitação teve o maior peso entre as despesas, com 35,5% do gasto com consumo das 48,5 milhões de famílias estimadas na POF.
 
Em segundo lugar aparecem as despesas com alimentação, destino de 20,75% do orçamento familiar. Neste item, a pesquisa mostra uma peculiaridade: a aquisição de alimentos por pessoa é maior para quem mora sozinho. Essas pessoas adquiriram, em 2003, mais alimentos per capita do que qualquer outra classe de famílias, somando 560,68 kg. Em segundo lugar vêm os casais sem filhos, com 509,04 kg. Os números indicam que pessoas que moram sozinhas tendem a adquirir mais alimentos do que o necessário. Isso provavelmente provoca perdas, por exemplo, no caso de produtos com vida mais curta, impondo novas aquisições para reposição com maior rapidez do que em outros arranjos familiares.
 
Educação

 
A educação determina um aumento da renda. De acordo com a pesquisa, famílias com responsáveis de onze ou mais anos de estudo apresentavam renda mais elevada (R$ 3.796,00), enquanto com menos de um ano de instrução recebiam cinco vezes menos (R$ 752,00).

 
As despesas de consumo, que eram em média 82,1% do total das despesas, apresentavam valores bem diferentes à medida que se consideravam os anos de estudo. Nas famílias com pessoa de referência de menos de um ano de instrução, os gastos em reais foram de R$ 700,23. Já na faixa entre um e três anos foram de R$ 883, 34, enquanto na de quatro a sete, R$ 1.150,05 e, na de oito a dez, R$ 1.400,96. Somente o estrato das famílias que possuíam pessoa de referência com 11 anos ou mais de estudo ficou acima da média brasileira, R$ 1.473,29, apresentando uma despesa de consumo mensal de R$ 2.834,34.

 
Entre essas famílias, os cinco grupos que pesaram mais foram habitação (29,0%), alimentação (16,9%), transporte (15,1%), outras despesas correntes (11,2%) e assistência à saúde (5,7%). Famílias em que nenhum dos integrantes possuía nível superior tiveram uma despesa total média mensal de R$ 1.240,70. As com uma pessoa graduada, de R$ 3.644,48 e nas com mais de uma, R$ 6.591,94.

 
Composição da família

 
A pesquisa mostrou ainda que homens ganham mais que mulheres. De acordo com dos dados da POF, famílias com homens como pessoa de referência obtiveram um rendimento mensal 21% maior do que aquelas com mulheres na condição de responsáveis. Nas despesas com alimentação, transporte, recreação, cultura e fumo, o sexo masculino como referência da família superou o feminino em todas as regiões. Em relação à despesa total média mensal, as famílias com pessoas de referência homens também superaram as com mulheres.

 
Em transporte e alimentação, por exemplo, a Região Sudeste apresentou as maiores variações, com diferenças de 65,65% e 26,83%, respectivamente. Em recreação e cultura, a maior disparidade entre os sexos ficou no Norte (19,09%), e em relação ao fumo, esta variação chegou a 20,02%. O inverso ocorreu com "higiene e cuidados pessoais", item no qual os gastos dos chefes de família mulheres foi maior do que o dos homens.

 
Saúde

 
Os gastos com assistência à saúde mantiveram-se entre 4% e 6% no total das despesas das famílias, demonstrando que as decisões sobre esse grupo não tiveram lugar destacado. Nas famílias mais pobres, o os medicamentos comprometeram 76% dos gastos com saúde, enquanto entre os mais ricos esse porcentual é de 23,7%. Em contrapartida, as despesas com planos ou seguros de saúde entre as famílias mais pobres representaram 7%, subindo com a renda das famílias até chegar a 37,19% nas com rendimento acima de R$ 6.000,00.

 
Doações de evangélicos são maiores

 
O maior rendimento médio mensal familiar foi registrado quando a pessoa de referência era espírita (R$ 3.796,00), enquanto nas pertencentes à evangélica pentecostal era o menor (R$ 1.271,00). Entre católicos apostólicos romanos, o rendimento correspondia a R$ 1.790,56. Apesar de ganharem menos, de acordo com a pesquisa, são os evangélicos que gastam mais com doações - que incluem, entre outros itens, dízimo e outras contribuições às igrejas. O total de gasto variou entre R$ 22,79 e R$ 59,16.
 
 
Estadão

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