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Brasil

Quase 100 pessoas participam de seminário sobre turismo

23 Set 2004 - 16h49
O Seminário de Turismo Viagem para o Futuro, promovido pela Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul de 19 a 21, durante o Festival América do Sul, reuniu quase 100 pessoas, entre trade turístico e órgãos públicos e privados no Sindicato Rural de Corumbá.

Durante os três dias de evento foram abordados pontos fundamentais para a integração entre os países da América do Sul. O debate girou em torno das estratégias que estão sendo desenvolvidas em prol da sustentabilidade do turismo e das lacunas que precisam ser preenchidas para que seja difundido entre os países da América do Sul.

Aspectos como cultura, turismo interno entre os países vizinhos, desenvolvimento sustentável, infra-estrutura, vias de acesso e roteiros integrados, foram o centro das atenções durante o seminário.

A presidente da Comissão Sul-Mato-Grossense de Folclore, Marlei Sigristt, através da palestra “Turismo e Cultura Popular”, falou sobre a importância da preservação e do resgate das manifestações artísticas como um dos suportes para o turismo.

Em contrapartida, Marlei alertou sobre os efeitos da massificação e de como este fator pode influenciar negativamente no processo histórico-cultural, no sentido de que a modernidade pode extinguir as impressões culturais, pois a valorização das festas populares, gastronomia, ou seja, a identidade cultural não pode ser esquecida.

Preservar a auto-estima da própria comunidade para obter o desenvolvimento sustentável da região. Assim definiu o secretário de Turismo de Goiás, Marcelo Safadi, quando questionado sobre como valorizar a cultura e as tradições de um lugar para que o mesmo seja reconhecido como destino. “A célula-mãe é o município, o trabalho da integração da América do Sul começa com os atores de cada Estado”, reforçou Safadi.

Numa linguagem mais macro, o público pode conhecer como funciona o turismo no Uruguai e na Argentina. O vice-ministro do Turismo do Uruguai, Max Sapolinski, afirmou que o Mercosul é uma importante ferramenta que precisa ser utilizada a favor dos países. Sapolinski demonstrou os objetivos turísticos do país, como por exemplo, a estratégia utilizada para determinar a incidência do mercado interno, desenvolvimento de novos produtos em zonas não valorizadas em determinadas épocas do ano e a estratégia de marketing.

De acordo com o Coordenador da Representação Turística no Exterior da Argentina, Alejandro Garcia, alguns problemas enfrentados pela América latina, a exemplo de fatores como pobreza, instabilidade econômica, endemias, carência de infra-estrutura, desestabilizam o processo de consolidação destes roteiros.

Visando driblar os fatores negativos, a Argentina adotou algumas estratégias como o Projeto da Lei Nacional de Turismo; Plano Federal de Turismo Sustentável; Implementação da conta satélite, além da criação de uma identidade visual dos produtos turísticos argentinos. O forte daquele país concentra-se na neve, ecoturismo, turismo cultural, cruzeiros, golf e pesca. Tal como o Brasil, a Argentina também vê na China um ótimo país emissor de turistas. Neste sentido, Mato Grosso do Sul demonstra que possui uma visão de futuro, pois os primeiros contatos já foram realizados no início deste mês.

Outro aspecto abordado foi o lado humano, como lembrou Edvaldo Moretti, geógrafo, que ressaltou a importância do uso da tecnologia e da mão de obra do trabalho a favor da comunidade local. Ele lembrou que ainda há muito a ser feito em relação a inclusão no Estado, é necessário abrir os canais para esta mudança no comportamento, tanto do trade, quanto dos pesquisadores, poder público estadual e privado. Cabe ao setor tomar frente neste desafio.

Uma das alternativas disponíveis para unir os países é através da utilização do turismo fluvial como forma de integração sócio-cultural. Ou seja, os países poderiam aproveitar melhor o Rio Paraguai como potencial agente na promoção do desenvolvimento regional. Sem contar que é possível inserir a comunidade neste processo, conforme avaliou o antropólogo Álvaro Banducci.

Os países da américa latina precisam se atentar ao fato de estarem localizados numa posição geopolítica privilegiada, com acesso terrestre, fluvial, aéreo e ferroviário. Para falar sobre a capacidade de infra-estrutura, o procurador-geral de Justiça, Heitor Miranda, mostrou as potencialidades de Mato Grosso do Sul e de como as águas podem ser um fator determinante no desenvolvimento dos países, afinal, o rio Paraguai passa por cinco países.

Segundo Heitor Miranda, “é preciso ter uma visão holística do processo, isto é, inserir a comunidade e preservar o meio ambiente”. A rota bioceânica vai encurtar as distâncias entre os países vizinhos e possibilitar o desenvolvimento de novos horizontes, assim como o trem do pantanal que já está virando realidade.

O mediador do seminário foi o diretor presidente da Fundação de Turismo, Carlos Porto, procurou através do Festival América do Sul criar mecanismos para superar as dificuldades encontradas e aproximar os povos, mas sobretudo, resgatar a dignidade da população corumbaense.

Entre os desafios, ficou claro que foi dado o primeiro passo para aprofundar as experiências entre os países, pois ainda não há o conhecimento do todo. “Através do turismo essa troca de informações pode virar realidade, agregando valor ao mercado e trocando experiências comuns”, ressaltou Porto.

Um ponto que implica na integração entre os países é a falta de informação, e o Festival veio cumprir este papel. O público saiu satisfeito, mas está ciente de que é apenas o começo de uma grande mudança de mentalidade e consciência que deve partir do poder público, mas principalmente, dos empresários envolvidos no processo.

Este seminário faz parte do Plano de Ação para o Turismo (2003-2006), implantado pela Fundtur que tem como objetivo divulgar o turismo do Estado. Mais informações pelo 318-6094.
 
 
Agência Popular

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