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Brasil

Protocolo de Kyoto gera lucros para Mato Grosso do Sul

24 Nov 2004 - 16h10
Com o Protocolo do Kyoto, o clima no planeta deve melhorar na próxima década, estima-se. A adesão da Rússia ao tratado aumentou
consideravelmente esta expectativa, faltando apenas à adesão dos Estados Unidos da América dentre os países mais desenvolvidos e maiores poluidores. Enquanto isso não ocorre, algumas empresas brasileiras já estão se antecipando ao Protocolo e já negociam os primeiros acordos de venda de crédito de carbono.

Em Mato Grosso do Sul os primeiros contratos foram firmados esse ano com a Cooperativa Agrícola São Gabriel (Coasgo). O médico veterinário da Coasgo, Antônio Rodrigues Almeida, explica que a iniciativa partiu da cooperativa, que com recursos próprios implantou o primeiro Biodigestor do Estado que, embora recente, já está fazendo os primeiros testes para o funcionamento, devendo começar ainda este ano a negociar suas primeiras vendas do crédito.

Para conhecer de perto a nova realidade o secretário de Estado da Produção e do Turismo, Dagoberto Nogueira Filho, acompanhado do secretário executivo da Câmara Setorial da Suinocultura vinculado a Seprotur, José Nascimento Oliveira, deverão conhecer em meados de dezembro as instalações da Coasgo bem como participar da ativação de um Biodigestor.

Para Dagoberto a participação da Seprotur é um sinal de que o Estado será grande parceiro do programa. "Quero que todos os projetos da secretaria estejam de acordo com as normas ambientais, porque o meio ambiente é o grande patrimônio de Mato Grosso do Sul. E se considerarmos que esse respeito ao meio ambiente traz recursos para o Estado, aí não tem como não aderir a programas como este", diz o Secretário.

Dagoberto também afirmou que a Seprotur terá o projeto da Coasgo como
modelo para que os demais suinocultores do Estado façam parte do programa.
"Apoiaremos a suinocultura moderna, competitiva e com capacidade de
atender a mercados exigentes, como o europeu e o asiático. A Seprotur vai
premiar projetos que atendam a normas econômicas e ecológicas para o
benefício do Estado, com incentivos financeiros e fiscais. Assim,
produziremos suínos gerando renda através da agroindústria familiar e
cooperada", salienta.

Para o técnico Oliveira, da Seprotur, "o Biodigestor aplicado à
suinocultura também tem como resultado um adubo orgânico de alta
performance, que pode ser utilizado por uma agricultura de alto nível".

BIODIGESTOR

Avaliado em aproximadamente R$ 180 mil, o Biodigestor é a estrutura
responsável pela produção e captura do carbono. Trata-se de uma câmara
fechada, onde os dejetos dos suínos são armazenados, passando pelo
processo de anaerobiose (não há a circulação de ar). Nessas condições as bactérias se proliferam fazendo com que a fermentação ocorra de maneira mais rápida. Com o resultado, ocorre a produção do carbono que pode ser utilizado, por exemplo, como fonte de energia, evitando assim a poluição do meio ambiente.

A trajetória é a seguinte: as indústrias que poluem têm que pagar para as que não poluem. Logo, todo esse carbono que é produzido é vendido, por intermédio de uma empresa, para as poluentes.

POLÍTICA DE COMPENSAÇÃO

A venda de crédito de carbono é uma verdadeira política de compensa,
também conhecido como desenvolvimento limpo. Trata-se de um mecanismo
financeiro de flexibilidade definido pelo Artigo 12 do Protocolo de Kyoto, que permite que países desenvolvidos adquiram as chamadas Reduções Certificadas de Emissões (crédito de carbono), resultantes de projetos implementados nos países em desenvolvimento. A meta é reduzir, no período compreendido entre os anos de 200 e 2014 5,2% das emissões de gases registrados no ano de 1990.

Essa ação foi necessária para conter a emissão de gases, cuja maior
parcela é de responsabilidade dos países desenvolvidos como os Estados
Unidos, o maior poluidor do planeta com índices próximos a 36% da emissão de gases. A Rússia, a mais nova sócia do acordo internacional, responde por 17,4% do índice de poluição.

Com base nisso, o mercado de carbono está em crescimento. De janeiro a
maio desse ano o volume total de transações foi da ordem de 64 milhões de toneladas CO2. E com base nisso, o Secretário de Estado de Produção e Turismo diz que "A Seprotur vai ser a grande incentivadora para que o setor produtivo do Estado faça a adesão ao programas que garantam recursos provenientes do Protocolo de Kyoto. É uma iniciativa economicamente viável e ecologicamente correta, e pode agregar valores não só aos nossos produtos, mas também a setores como o turismo", concluiu Dagoberto.

CONHECENDO O PROBLEMA

Por desempenhar um papel fundamental para a vida, o carbono está
largamente distribuído pela natureza, que levou bilhões de levou bilhões de anos para concentra-la em toda matéria animal e vegetal - como, por exemplo, nas florestas, fontes de petróleo, carvão, entre tantos.

Porém, o homem, principalmente a partir da metade do século 20, começou a liberar o carbono (a queima do petróleo é um bom exemplo disso) com a qual, juntamente, se liberam ouros gases que acabam poluindo o meio ambiente, tendo o superaquecimento da terra como a grande conseqüência. É o denominado efeito estufa, que traz uma série de problemas para o homem e a natureza com o aumento nas temperaturas do planeta, que no futuro próximo pode ter conseqüências catastróficas para todo tipo de vida.

No entanto, nas últimas semanas uma notícia deixou animados os setores
preocupados com o problema. A primeira foi à adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto. Trata-se de um acordo internacional que estabelece metas para as nações industrializadas diminuírem a emissão de seis gases nocivos à atmosfera, principalmente o dióxido de carbono (CO2), gases produzidos pela queima de petróleo e outros combustíveis fósseis.

Para entrar em vigor e se tornar um regulamento internacional, o acordo precisava do apoio de um grupo de países que, juntos, respondessem por ao menos 55% das emissões de gases nocivos no mundo - com a entrada da Rússia, responsável por 17% delas, a cota foi atingida.

O mais importante instrumento criado até hoje para prevenir esses
desastres é justamente o Protocolo de Kyoto. Agora, com a adesão da
Rússia, os países que o assinaram terão de colocar em ação planos de
substituição de energia para deter a escalada da fumaça que forma um
cinturão de gases tóxicos na atmosfera. O grande obstáculo ao sucesso do projeto são os Estados Unidos. O presidente reeleito George Bush anunciou que se recusa terminantemente a assinar o Protocolo porque avalia que a diminuição da emissão de gases traria sérios prejuízos à economia do país.

Outros países importantes, como a Austrália, também resolveram ficar de fora do pacto. A própria Rússia só decidiu aderir ao descobrir que ele poderia servir de moeda de troca, junto à União Européia (a maior
defensora do acordo), para seu ingresso na Organização Mundial do
Comércio.

 

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