No dia 18 de agosto uma instrução normativa, publicada no Diário Oficial da União, revogou uma norma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que autorizava a matança de javalis para seu controle populacional.
Apesar da nova instrução normativa, o Ibama continua considerando o javali e seus híbridos espécies invasoras e nocivas para as florestas nativas, os seres humanos e o meio ambiente.
Foi criado um grupo de trabalho para definir propostas alternativas que permitam melhorar a eficácia do controle e minimizar o impacto destes animais, considerados exóticos.
Segundo o chefe da divisão de Proteção Ambiental do Ibama/MS, Luiz Benatti, na semana passada, técnicos ambientais do Ibama de doze Estados onde há ocorrência do animal se reuniram em Porto alegre para discutir o assunto.
“Este grupo irá estudar – de forma consensual com os representantes da sociedade – maneiras de se controlar a população do javali, sem a necessidade de se falar em caça, mas com abates controlados”, explica.
Benatti lembra que além do problema do prejuízo às lavouras, há a periculosidade deste feroz animal. Um risco aos humanos que convivem nas mesmas áreas bem como a competição por recursos naturais com a fauna local. “Trata-se de uma questão ecológica e social”, completa.
“Devido a facilidade de procriação na natureza, o problema persiste. Mas com esta norma já avançamos numa boa direção”, disse Benatti acrescentando que em um segundo momento, quando as ações começarem a ser implementadas, o Ibama/MS “com certeza irá trabalhar em conjunto com órgãos Estaduais como a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro)”.
Lei revogada
Com a normativa, está revogada uma lei que autorizava o controle da população de javalis, que eram capturados ou abatidos sem que as autoridades tivessem qualquer registro.
O mamífero, o mais conhecido das espécies de porcos selvagens, foi trazido da Europa nos anos 90 para a criação em cativeiro na Argentina e Uruguai, escapou ao controle e causa danos às plantações. Após ingressar pelo Rio Grande do Sul, avançou progressivamente pelo Brasil.
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