A demonstração aconteceu no lote 265, de José Rozendo. Segundo o gerente de Fomento da secretaria executiva, Juraci Aparecido Alves, a técnica é importante para evitar a perda de peso do rebanho na região pantaneira, que chega a 80% na época de seca, o que acaba prejudicando a produção leiteira.
Juraci, que estava acompanhado do engenheiro agrônomo Sérgio Horita Fumio, também especialista em produção de silagem, e do técnico Miroslav de Carvalho Temeljkovitch Horita, lembrou de fato ocorrido dois anos atrás, quando, durante a seca, por falta de alimentação, principalmente, houve mortandade de gado na zona rural de Corumbá. “É isto que estamos tentando evitar, oferecendo alternativas para os produtores garantirem alimento para o rebanho bovino nesta época de estiagem”, diz.
Juraci lembra que a reprodução e a produção de leite também são afetadas, já que os animais só entram no cio e produzem leite com adequada disponibilidade de forragem, o que acaba afetando também à desmama dos bezerros.
Para tentar solucionar ou pelo menos minimizar o problema, o pecuarista pode adotar inúmeras estratégias, cada uma apropriada às condições do sistema de produção utilizado na propriedade. No caso de Corumbá, uma alternativa é o método adotado hoje, uma capacitação que reúne os trabalhadores. “Temos que aproveitar ao máximo a folhagem e os talos existentes na propriedade, como cana-de-açúcar, rama de mandioca e outros tipos de leguminosas ricas em proteína, como é o caso da leocena. Há também o napier, um capim facilmente encontrado na região”, diz Juraci. Ele explica que tudo isso é uma alternativa de alimento não só para bovinos, mas também para eqüinos, caprinos e ovinos.
O método, segundo ele, não é complicado. O primeiro passo é o corte de toda a folhagem e talos, com ajuda de um trator com uma ensiladeira que despeja todo o material em uma carreta. Após isto, toda folhagem e talos são despejados ao solo para compactação e cobertura com lona. “Todo o material fica em fermentação, durante 30 dias. Após o prazo, pode ser utilizado como alimento para o gado e outros animais da propriedade", afirma o gerente.
Parceria – O método está sendo desenvolvido em parceria. A Prefeitura, conforme explicou Juraci, disponibiliza máquinas, equipamentos, lona, além de combustível. Os produtores são responsáveis pela formação dos grupos e pela mão-de-obra. A idéia é fomentar o método e, ao mesmo tempo, fazer com que os pequenos produtores se organizem para a produção de silagem, forma considerada mais prática de se estocar forragem para época de escassez. E isto pode ocorrer no próprio pasto.
A ensilagem é uma técnica que consiste em preservar forragens por meio de fermentação anaeróbica, após corte, picagem, compactação e vedação em silos. O produto final dessa fermentação, denominado silagem, é obtido pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas com a produção de ácidos, resultando em queda do pH até valores próximos de 4. A prática tem sido cada vez mais comum na produção de gado de corte, principalmente em regiões com exploração pecuária mais tecnificada.
Algumas vantagens do uso da silagem são a produção entre 30% e 50% maior de nutrientes em comparação à produção de grãos; manutenção do valor nutritivo, quando ensilado adequadamente; liberação de área mais cedo, para uso de safrinha ou formação de pastagem. A técnica também requer menos espaço de armazenagem, por unidade de matéria seca, do que a fenação.
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