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Brasil

Presidente da UCVMS acusado de armar prisão de vereador

30 Ago 2007 - 08h51

Os momentos que antecederam a prisão do vereador Genildo Mendes, da Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste, teriam sido marcados por uma trama envolvendo tentativa de suborno, gravações clandestinas e ligações telefônicas na madrugada. Nesse cenário apareceriam como atores principais o presidente da UCVMS (União de Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul), vereador Wilson Martins Leite, e a ex-presidente da Câmara Municpal de São Gabriel do Oeste, vereadora Maria Marilene Zatti, que teriam “armado” a prisão do parlamentar.

As denúncias constam no parecer final do processo ético disciplinar contra Genildo Mendes relatado pelo vereador Edenilson Carraro, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste. Segundo o documento, Wilson Leite teria intermediado o encontro entre Genildo Mendes e Maria Marilene Zatti, cuja a permanência da presidência da Casa de Leis estava ameaçada pelas denúncias do colega na imprensa.

Juntamente com Maria Zatti, Leite aparece citado em vários trechos do relatório como o mentor da armadilha para recuperar a imagem de Zatti e desacreditar o adversário. Segundo o parecer, “não há dúvidas da cumplicidade Wilson Leite e Maria Marilene para arranjar o álibi que resultasse na prisão de Mendes”.

Ligações rastreadas entre os dias 9 e 11 de maio – antes do flagrante – confirmariam que a vereadora fez 20 ligações para Leite, sendo algumas com uma hora de duração e outras de até 30 minutos. Os registros telefônicos comprovariam chamadas às 2h27, demonstrando profunda ligação entre os dois.

O parecer ainda acusa Leite de omitir uma conversa reservada com Rubens Dantas, proprietário do Jornal Diário do Estado, em depoimento prestada à Polícia Civil de São Gabriel do Oeste. Consta no parecer que, na ocasião, Ilson Leite tentou subornar Dantas, em nome de Maria Zatti, para que ele parasse de publicar denúncias contra ela.

A visita de Leite a São Gabriel do Oeste – na véspera da prisão – e reuniões nos gabinetes de vários vereadores também levantaram suspeitas. Ele teria gravado, sem autorização, conversas com os colegas, inclusive com Genildo Mendes. Ele também teria ligado para Leite nos dias anteriores à prisão e poucas horas antes do horário marcado para a entrega do dinheiro.

No dia 11 de maio, por volta das 7h, Ilson Leite teria chegado a ligar para Genildo dizendo que a vereadora Marilene ligaria às 9hs30 para marcar o encontro. E assim aconteceu, ficando marcada a conversa para as 11h, na Câmara Municipal, quando aconteceu a prisão.

A participação de Leite no processo resultou no rompimento das relações administrativas da Câmara de São Gabriel com a UCVMS. A nova Mesa Diretora suspendeu o pagamento das mensalidades à entidade enquanto ele estiver na presidência. Apesar da trama, o parecer, adverte que o fato de Genildo ter aceitado R$ 20 mil caracteriza quebra de Decoro Parlamentar.

Cassação

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste aprovou os relatórios pedindo a cassação dos vereadores Genildo Mendes e Maria Marilene Zatti. Os documentos serão encaminhados à Mesa Diretora da Casa de Leis para serem lidos e votados em plenário na sessão da próxima terça-feira, dia 4 de setembro.

Genildo é acusado de concussão, enquanto Maria Zatti de improbidade administrativa, sendo que o primeiro chegou a pedir renúncia do cargo para tentar a reeleição em 2008, no entanto, o MPE (Ministério Público Estadual) considerou inválida a solicitação. Genildo é acusado de ter cobrado R$ 20 mil de Maria Marilene Zatti para cessar as acusações na imprensa, mas, por meio de um flagrante, ele foi preso depois de sair da sala dela.

Já o caso de Maria Zatti teve vários desdobramentos que contribuíram para o fim de carreira política em São Gabriel do Oeste. Ela exercia cargo diretivo no Coredes/Norte e recebia salário de professora da rede Municipal de Educação. Como o Coredes não prevê pagamento a seus colaboradores ela foi denunciada por Genildo como “professora fantasma”. Ela usou o contra-ataque aos adversários como estratégia para minimizar a denúncia que já arranhava a imagem do Legislativo perante à população.

Pivô da prisão de Genildo Mendes e com a vida política tumultuada a vereadora perdeu o apoio e o prestígio que a colocaram como a primeira mulher a comandar o Legislativo. Antes de ser afastada – por unanimidade – da presidência ela emitiu um cheque da Câmara no valor de R$ 10 mil para pagar um advogado. O montante ultrapassa o valor permitido sem licitação, caracterizando ato de Improbidade Administrativa.

Segundo os vereadores, também chamou a atenção o pagamento de R$ 10 mil a um advogado da UCVMS, cuja entidade já recebia da Câmara para dar assessoria jurídicas gratuita. Marcos Paz, relator do processo contra Maria Zatti, recomendou sua cassação por Improbidade Administrativa e informou que ela apresentava atestados sempre que era convocada a dar sua versão. A vereadora também, não efetuou pedido de depoimento verbal.

 

 

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