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Brasil

Polícia investiga plano para libertar Beira-Mar na Capital

3 Ago 2007 - 13h00
A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul investiga um suposto plano para resgatar o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, da Penitenciária Federal de Campo Grande, onde ele está preso desde o dia 25. A suspeita surgiu após a prisão, em Corumbá (a 420 km de Campo Grande), no fim de semana, de Sandro de Carvalho, 34 anos, acusado de atos terroristas na Bolívia.

Segundo agentes do 1º Distrito Policial de Corumbá, um dia depois da prisão de Sandro, a polícia ouviu o relato informal de uma testemunha de que ele planejava explodir o presídio - de segurança máxima - para resgatar o criminoso carioca. O nome da testemunha é mantido em sigilo.

Informantes da polícia ligados ao tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia também levantaram a hipótese. De acordo com policiais, a suspeita foi reforçada pelo fato de Sandro ter sido preso com 60 kg de dinamite em gel (279 bisnagas), 100 m de fios condutores para a detonação das bombas, três caixas de espoletas, escopeta calibre 12, carabina calibre 22 com luneta e várias balas. Os explosivos, segundo os agentes, têm capacidade de destruir uma quadra inteira e atingir estruturas a uma distância de até 500 m.

Além disso, com Sandro, foi encontrada uma espécie de croqui com a indicação de caminho para chegar ao "paraíso", que os policiais suspeitam que possa ser a penitenciária de Campo Grande. O desenho ainda está sendo analisado.

Em seu depoimento, Sandro disse que usaria as bombas em assaltos a carros-fortes, mas a polícia não acredita na versão em virtude da quantidade de explosivos. "Com essas bombas, ele explodiria os carros-fortes e não sobraria nem o dinheiro", afirmou investigador.

Sobre a ligação dele com Beira-Mar, os policiais possuem informações de que Sandro tem vínculos com o traficante José Severino da Silva, o Cabecinha. O bandido é investigado porque seria representante de Beira-Mar na Bolívia. Ele teria fazendas no país vizinho para plantação de coca e seria ligado também ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com a polícia, Sandro é acusado do assassinato da promotora boliviana Mônica Von Borres, em 2004. Ela morreu na explosão do seu carro em Santa Cruz de la Sierra.

O juiz federal de Ponta Porã, Odilon de Oliveira, que investiga os "negócios" de Beira-Mar na fronteira, disse não descartar a hipótese de resgate e nem mesmo a tentativa de matar o criminoso carioca na cadeia. "Ele tem muitos inimigos."

Segundo o magistrado, os explosivos achados com Sandro seriam suficientes para explodir o presídio de Campo Grande. Apesar do seu suposto plano de resgatar Beira-Mar, ele será transferido para a mesma unidade onde está o traficante carioca.

A Justiça do Mato Grosso do Sul autorizou a mudança a pedido dos próprios policiais, que afirmaram que o presídio de Corumbá tem segurança muito frágil e que fica a apenas 15 minutos da Bolívia. A transferência ainda não tem data definida.

A Justiça boliviana encaminhou pedido à Corte do Mato Grosso do Sul pedindo a extradição de Sandro por causa do processo que ele responde na Bolívia pela morte da promotora. O criminoso estava foragido desde o dia 22 de setembro de 2005, quando participou de uma fuga em massa de uma penitenciária de Santa Cruz de la Sierra. Durante a ação, houve intensa troca de tiros com policiais e dois presos acabaram sendo mortos. Sandro conseguiu escapar da cadeia junto com outros 17 detentos.

Desde que foi preso na Colômbia, em 2001, o traficante Fernandinho Beira-Mar já foi transferido 11 vezes para oito lugares diferentes, entre carceragens da Polícia Federal e presídios federais e estaduais. Ele já esteve em Brasília, Florianópolis (SC), Vitória (ES), Maceió (AL), na penitenciária de segurança máxima Bangu 1, no Rio, e no presídio de Presidente Bernardes (SP).

Em julho do ano passado, começou sua temporada pelas unidades federais. Primeiro, foi levado para a penitenciária de Catanduvas (PR). Dia 25, seguiu para o presídio de Campo Grande, onde ocupa cela individual. Durante todo o período em que está preso, Beira-Mar ainda esteve no Rio outras vezes, para participar de audiências.

Uma das razões para a permanência de Beira-Mar no Mato Grosso do Sul é o fato de ele responder a dois processos na Justiça Federal daquele estado. Um deles é sobre o assassinato, em 2001, de João Morel, que era seu rival na fronteira com o Paraguai.

No outro processo, Fernandinho Beira-Mar é acusado de lavar cerca de R$ 12 milhões, que seriam provenientes do tráfico. Outras 23 pessoas também estão envolvidas.

A experiência de ter chefiado investigações à frente de delegacia na fronteira do Brasil com o Paraguai é motivo de orgulho para o brasiliense Valdinho Jacinto Caetano, 46 anos, novo superintendente da Polícia Federal (PF) do Rio, que toma posse hoje. Para ele, os três anos de trabalho na região, combatendo o narcotráfico, o contrabando de armas e mercadorias, além da convivência com as diversidades sociais, como a miséria e questões indígenas, vão ajudá-lo enquanto estiver no cargo.

"Conheço de perto os problemas na fronteira e sei a importância do Rio de Janeiro na criminalidade. Porém, fui convidado para assumir a Superintendência do Rio pelo somatório da minha carreira, ao longo de 23 anos. Quero dar continuidade ao trabalho já iniciado. Pretendo trabalhar para manter o nível de atuação e ampliá-lo. Vou acompanhar de perto tudo o que é feito e cobrar resultados", declarou Caetano, que era diretor da Academia Nacional de Polícia (ANP), em Brasília.

Caetano ingressou na PF como agente em 1984. O incentivo partiu de um tio, também policial federal. Em 1995, passou a ser delegado federal e assumiu a direção executiva da divisão de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Também trabalhou em Naviraí, Corumbá e Dourados. Em Brasília, chefiou setor que cuidava da questão indígena; Sistema Nacional de Armas; criou a Divisão de Ordem Policial e Social; foi coordenador-geral de Defesa Institucional Substituto, durante sete anos; coordenador de ensino na ANP e depois passou a diretor.

O novo superintendente é casado há 24 anos e tem dois filhos. Essa é a primeira vez que a família está separada. Os filhos estão na faculdade e por isso só Caetano veio para o Rio, porém, se a saudade apertar, vai trazê-los de vez. Enquanto estiver na cidade, o delegado tem alguns planos pessoais: quer conhecer o Cristo Redentor e aproveitar para correr na praia. Assim, pretende manter a boa forma e saúde que necessita para ser policial.
 
 
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