PMDB gaúcho decide abandonar governo Lula

O PMDB do Rio Grande do Sul definiu oficialmente, ontem à noite, em encontro em Porto Alegre, a saída do governo Lula e a opção por uma candidatura própria à Presidência da República em 2006.

A decisão do diretório estadual foi unânime e será levada à convenção nacional do partido, que se realizará no próximo dia 12. O governador Germano Rigotto (PMDB) não esteve presente no encontro, mas foi representado oficialmente pelo chefe da Casa Civil, Alberto Oliveira.

O senador Pedro Simon, presidente estadual do PMDB, não quis se pronunciar sobre a possibilidade de o diretório nacional defender a manutenção no governo. Para o PMDB gaúcho, segundo ele, a decisão está tomada: o partido tem de deixar o governo, entregando os cargos ocupados atualmente.

À Folha, Rigotto já havia criticado ''um movimento dos governistas [do PMDB] para adiar a convenção do 12 dezembro'', o que, segundo ele, ''configura um golpe''. O governador aposta nessa convenção para definir o futuro do partido. ''Essa convenção define nosso futuro. Começou o movimento para adiá-la. Vão buscar assim, com tempo, assinaturas para que não ocorra a convenção. Não podemos deixar de fazer a convenção'', disse Rigotto. '

'Quem não acatar a decisão da maioria, que caia fora do PMDB. Sinto que a maioria quer que nos afastemos do governo, busquemos nosso projeto, nossas bandeiras, identidade própria. Afastemos a imagem de clientelista'', afirmou.

''Não podemos continuar um partido sem cara, satélite de outros. Somos o maior partido do país, capilarizado em todos os Estados. Essa história de disputar espaço dentro do governo está apequenando o PMDB.'' O senador Pedro Simon já chegou a lançar o nome de Rigotto para a sucessão presidencial em 2006, como opção ao PT e ao PSDB, mas é mais provável que ele dispute a reeleição ao governo gaúcho.