A proposta é agendar para o início de 2005 uma Convenção Nacional, na qual o PMDB pretende sair do governo Lula, entregando todos os cargos, e elaborar um plano alternativo de governo, lançando as bases para uma candidatura própria à Presidência da República em 2006. "Não queremos mais espaço no governo e nem estamos querendo nos valorizar. Buscamos uma identidade própria do PMDB e de independência", disse Temer, em entrevista coletiva, logo após encontro dos governadores do partido.
Atendendo a pedido do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, Michel Temer e os governadores proporão que o partido faça eleições prévias nos Estados para chegar a "um consenso nacional" sobre o nome do candidato do partido para 2006.
"Todas as lideranças interessadas em disputar a Presidência poderiam se inscrever e o candidato que receber o maior número de votos e sensibilizasse nossas bases seria o candidato do partido a presidente", explicou Temer.
Indagados sobre a possibilidade de coligações, o ex-governador e presidente paulista do PMDB, Orestes Quércia, e o governador do Paraná, Roberto Requião, foram irônicos. "O PT pode indicar o vice", disse Quércia. "A sugestão era de que fosse a Heloísa Helena, mas ela saiu do PT", emendou Requião. Em um tom mais conciliador, Temer preferiu afirmar que as pretensões políticas do PMDB são de reconstrução do partido e que exatamente por isso seria importante para a legenda ter candidatura própria em 2006.
Outra proposta que deverá ser discutida na reunião da quarta-feira é que o partido volte a se chamar somente MDB (Movimento Democrático Brasileiro) para marcar a nova fase. "O P de partido foi uma imposição da ditadura que nós queremos tirar", disse Quércia. "Queremos a volta do velho e combativo MDB para marcar os nossos novos rumos", complementou Temer.
Estadão
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