Revoltados e indignados aproximadamente oitenta pecuaristas de região de Amambai se reuniram na semana passada (03/11) no Parque de Exposições sob a coordenação do presidente do Sindicato Rural Gilberto Dalpasqual para a seguir fazerem um protesto em frente às instalações do Frigorífico Margen, exigindo o pagamento das dividas atrasadas que a empresa tem com os criadores e negociantes de gado.
A manifestação foi pacifica e serviu para chamar a atenção da população para os problemas que a classe produtora vem enfrentando para honrar seus compromissos.
A repercussão do protesto deverá atingir todo o Mato Grosso do Sul já que a TV Sul América esteve presente ao evento e fez reportagem veiculada na edição matutina de ontem, dia 4, do MS-TV. Durante a matéria dirigida pela repórter Cláudia Ferreira foram apresentados alguns cheques sem fundos ou sustados emitidos pelo Fribai, antiga denominação do atual frigorífico. Os entrevistados, entre eles o presidente do Sindicato Rural, mostraram toda a sua indignação com a situação criada com o calote e o absurdo acordo proposto pelo empresário Valdir Cândido Torelli ex-titular do frigorífico.
O acordo padrão que a empresa oferece, propõe aos credores que recebam vacas a R$ 1 mil quando valem no máximo R$ 500, isso depois de meses recebendo cheques sustados ou sem fundos. Alguns pecuaristas com dificuldades de caixa até aceitaram a proposta e fecharam o acordo pressionados por dividas ou falta de condições financeiras. Outros, como os intermediários que compram bois de terceiros para abastecer o frigorífico, numa operação até estimulada pela empresa, estão na contingência de vender sues bens para honrar os compromissos assumidos com os vendedores que, em última análise, nada a têm a ver com a história e querem receber por aquilo que venderam.
O pecuarista e intermediário Remi Paulo Bellé é um dos maiores fornecedor do Fribai e um dos mais indignados. “Tenho certeza que o frigorífico e o Valdir Torelli têm condições de pagar essa divida que chega a mais de 3 milhões de reais, pois eles têm mais de doze mil cabeças espalhadas pelas suas fazendas. Mas, a impressão é que pretendem pagar apenas metade do que devem, sem juros. Quem não quiser que vá à Justiça” afirma o pecuarista convicto de que o calote é proposital.
Para confirmar suas palavras o pecuarista Bellé informa que o grupo Torlim – antigo controlador do Fribai e do qual Torelli é o sócio principal – acabou de adquirir um frigorífico em Assunção no Paraguai, pagando de sinal de realização do negócio U$200 mil, além de estar inaugurando três casas de carne na capital paraguaia.
Segundo o gerente da empresa o grupo Margen, oriundo da cidade de Rio Verde em Goiás, arrendou o que era o antigo Fribai e manteve todo o quadro de funcionários
Enquanto não se resolve a situação, os pecuaristas se mobilizam para fazer outras manifestações para chamar a atenção das autoridades e da população, já que a maior parte do PIB da região se origina na atividade agropecuária.
Famasul
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