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Brasil

Oferta de mandioca está em baixa no mercado de MS

5 Jul 2004 - 08h03
Cozida ou industrializada em forma de farinha ou fécula, a mandioca está presente no cardápio de brasileiros de norte ao sul do país. O estado é um dos principais produtores da raiz, mas a oferta do produto está em baixa.

Em Deodápolis, na região sudeste de Mato Grosso do Sul, a mandioca plantada em setembro do ano passado ainda está nos campos. A raiz deveria ter sido colhida há um mês. Mas, o sol demorou a aparecer, o que prejudicou a colheita.

Segundo o produtor rural, José Valdecir Moreira, há duas semanas ocorreu muita chuva e isso atrapalhou demais a colheita. “Não tem como trator e o caminhão sair da roça carregados".

O excesso de chuva é só um dos problemas. O aparecimento de pragas também prejudicou a produção de mandioca deste ano. Parte desta lavoura - de 34 hectares - está perdida.

A falta de mandioca no mercado está fazendo a produção das fecularias despencar. Numa das propriedades, a capacidade é a de processar 180 toneladas da raiz por dia. Mas, hoje - sem a matéria-prima suficiente - a produção caiu pela metade.

A indústria produz a fécula de mandioca, um tipo de amido usado como "liga" por várias indústrias, como a de embalagens de papel. Sem matéria-prima suficiente, a produção de amido despencou de 46 toneladas por dia para 23 toneladas.

O gerente geral da empresa, Marcos Antônio Fernandes, faltou um pouco de matéria-prima, o preço alterou um pouco e criou uma expectativa de preços altos. Então, o que tem hoje é que tão segurando pra poder pegar um preço um pouco melhor"

A indústria ainda não calculou os prejuízos, mas sabe que foram altos. Isso por que as máquinas, que trabalham sem parar durante todo o dia, os doze meses do ano, chegaram a ficar paradas por cinco dias.

Para o comentarista econômico, Ido Michels, a cadeia teve evolução nos últimos anos, mas com muitas incertezas. Em 1996, foram produzidas 400 mil toneladas de mandioca, chegamos a 730 mil toneladas em 2002. A safra deste ano deve ficar próxima da produção de 1996.

O economista disse que a nossa produtividade, esta acima da média nacional, com 20 toneladas por hectare, enquanto o Brasil chega no máximo a 14 toneladas.

Existem no Estado vinte fecularias, distribuídas em quinze municípios, basicamente no sul do estado, com uma capacidade produtiva de 300 mil toneladas por ano.

Uma das novidades nesta cadeia é o surgimento de empresas que fabricam massas a partir da mandioca, mas que por falta de matéria prima tem suas atividades paralisadas.

A cadeia tem potencial mas sofre as conseqüências de variações nos preços e na produção da mandioca.

As variações nos preços para baixo e para cima é que fazem com que tenha excesso ou falta da matéria prima em mato grosso do sul.

Em 2002, os produtores recebiam por tonelada produzida, R$ 25. Neste ano, dada a falta da mandioca a tonelada chega a custar R$ 350. Uma variação de mais de 1.300 por cento.

Outro fator que acaba interferindo nas oscilações deste setor são as transformações que ocorrem nas áreas de plantio do estado. A melhoria dos preços da soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e mesmo do leite e da carne bovina, fazem com que áreas que antes eram destinadas ao plantio da mandioca hoje sejam destinadas aos produtos com maior rentabilidade.

Por uma ou por outra razão é necessário que esta cadeia não seja tão inconstante, pois vai prejudicar tanto produtores e indústrias, dado que às vezes os preços estão muito baixos não remunerando adequadamente os produtores e em outros momentos, como agora muito altos, não sendo compensador para as empresas.

Muitas são as ações que podem ser tomadas para dar mais organização e estabilidade a esta cadeia produtiva.

A mais importante é a possibilidade de produtores plantarem já sabendo o quanto vão receber pela tonelada e empresas o quanto deverão pagar, acabando com a completa incerteza que de imediato beneficia um, ora outro, mas no futuro pode fazer os dois saírem perdendo.

Na semana passada ocorreu em Ivinhema, o maior produtor de mandioca do estado um seminário sobre esta cadeia. Entre as decisões tomadas pela câmera setorial da mandioca, é o contrato entre produtores e indústrias, buscando garantir a oferta da matéria prima e a estabilidade de preços.

Outra novidade é a possibilidade de financiamento da produção de mandioca pelo Banco do Brasil, para aqueles que já tiverem contrato de entrega garantido com as empresas.

Se ações dessa natureza não se efetivarem, podemos ter o fechamento de empresas no estado por falta de matéria-prima e no futuro a inevitável redução da produção de mandioca, por falta de compradores.

E hoje no MSTV segunda edição você vai ver como a quebra da produção está refletindo no mercado consumidor. As panificadoras, que usam o amido como matéria-prima para a fabricação de biscoitos, estão tendo dificuldades para encontrar o produto no atacado.

 

 

Bom Dia MS


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