Demorou quase 40 anos para dona Maria Rosalina Freitas, de 60 anos, se libertar. Ela era proibida de estudar pelo ex-marido.
No último fim de semana, ela fez a segunda prova do Enem em Porto Velho, Rondônia, rumo ao sonho de fazer uma faculdade e ser contadora.
“Tem 37 anos que eu terminei meu ensino médio e sempre tive vontade de fazer faculdade. Tive os filhos. O marido não apoiava e nunca me deixou trabalhar fora. Eu vivia cuidando de filho, sobrinho, enteado”, disse ao G1.
Como
Mesmo sem internet em casa para estudar, ela deu um jeito.
Em maio deste ano, Maria Rosalina pediu pra uma colega fazer sua inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio e começou a estudar com os livros didáticos da neta, que está no primeiro ano do ensino médio.
Aposentada e com os filhos criados, agora ela torce para ser aprovada.
“Quero fazer ciências contábeis. Eu fiz o técnico na época do segundo grau. Terminei o médio em 1982 aí já tive filho e ficava só em casa cuidando de menino”, explica.
Superou as dores
Na primeira etapa do Enem, dia 3 , Maria Rosalina lembra que teve dores na coluna por passar muito tempo sentada, mas não desistiu.
“Como eu tenho problema na coluna, fico muito tempo sentada aí dói tudo e eu esqueci meu casaco e estava aquele frio todo na sala”.
O que ajudou na prova de redação foi uma leitura que ela havia feito dias antes.
“Eu estava lendo na semana anterior os livros da minha neta e falava sobre cinema, aí cheguei na prova e o tema era a democratização do acesso ao cinema”.
Já para a segunda prova ela confessa que não se preparou muito.
“Eu gosto muito de matemática. Mas física eu estudei há muitos anos então nem quero pensar muito nessa segunda prova pra não ficar nervosa”.
Hoje com o apoio da mãe, de 83 anos, dos filhos e amigos, Maria Rosalina ela aguarda o resultado.
“Espero que eu passe. Meu sonho é ser uma contadora pra ajudar as pessoas”, finaliza.
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