O Metrô de São Paulo está com a circulação parcialmente interrompida na manhã desta quinta-feira (18) devido a uma paralisação da categoria contra a privatização da linha 5-Lilás do Metrô e 17-Ouro de monotrilho. Apenas a Linha 4- Amarela está em operação normal, já que é administrada pela iniciativa privada.
De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, às 6h15 as linhas 1- Azul, 2-Verde e 3-Vermelha passaram a operar parcialmente. Veja os trechos em funcionamento:
- da estação Luz e Ana Rosa, na Linha 1- Azul
- entre as estações Ana Rosa e Vila Madalena, na Linha 2 –Verde
- entre as estações Bresser/Mooca e Marechal Deodoro, na Linha 3 –Vermelha
- da estação Capão Redondo até Largo Treze, na Linha 5-Lilás
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Um cartaz fixado nas portas das estações pelo Sindicato dos Metroviários nesta madrugada indicava operação parcial também no trechos das linhas Azul, Verde, Vermelha e Lilás.
Na Estação Tucuruvi, da Linha 1-Azul, na Zona Norte, muitos passageiros foram surpreendidos com a paralisação e encontraram os portões fechados.
Na estação Artur Alvim, na Linha 3-Vermelha, na Zona Leste, os ônibus e vans estavam lotados de passageiros que buscavam um transporte alternativo.
Passageiros do Metrô buscam transporte alternativo e lotam ônibus na Zona Leste (Foto: Reprodução TV Globo)
Na estação Tatuapé, na Linha 3-Vermelha, também na Zona Leste, que liga o Metrô os trens da CPTM, muitos passageiros aguardavam por alguma informação e procuravam alternativas para se locomover.
A Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, onde está localizada a estação Jabaquara, da Linha 1-Azul, na Zona Sul, muitos passageiros lotavam os pontos de ônibus.
A paralisação de 24 horas, que teve início à meia-noite, foi aprovada em votação em assembleia realizada nesta quarta (17) pelo Sindicato dos Metroviários.
A cidade de SP registrava 32 km de lentidão, por volta das 7h15. O trânsito está dentro da média para o horário, de acordo com a Companhia de Engenheria de Tráfego (CET).
Ponto de ônibus lotado na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, no Jabaquara (Foto: Reprodução/TV Globo)
Rodízio Suspenso
A Secretaria Municipal de Transportes informou que, por conta da paralisação dos metroviários, decidiu suspender o rodízio de veículos e a Zona Azul para carros. Veículos com placas final 7 e 8 poderão circular normalmente no Centro expandido da cidade durante todo o dia. Na sexta-feira, a restrição volta a valer para carros com placas final 9 e 0 das 7h às 10h e, à tarde, das 17h às 20h.
A SPTrans informou que, a partir de 0h, as 150 linhas de ônibus do serviço noturno estarão operando normalmente em todas as regiões da cidade.
Estação Consolação, na Linha 2-Verde do Metrô, amanheceu fechada nesta quinta (Foto: Paula Paiva/G1)
Linhas Privatizadas
A Linha 5-Lilás, liga o capão Redondo ao Brooklin, deve chegar até a Chácara Klabin, na Zona Sul. Já a Linha 17-Ouro, ainda não está pronta, e deve ligar o Morumbi ao Jabaquara, na Zona Sul, passando pelo aeroporto de Congonhas.
O leilão dessas linhas está marcado para ocorrer nesta sexta-feira (19) na Bolsa de Valores de São Paulo. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo diz que esse é um leilão de cartas marcadas e que já tem um vencedor definido.
Cartaz informa opera parcial do Metrô de SP nesta quinta devido a paralisação (Foto: Reprodução TV Globo)
Paralisação
Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) informou que concedeu parcialmente pedido de "liminar do Metrô, limitando a greve da categoria prevista para ser realizada nesta quinta-feira, a partir da zero hora."
Segundo a decisão, o desembargador Carlos Roberto Husek disse que "fica determinado que 80% da frota circule nos horários de pico – compreendidos de 6h às 9h e das 16h às 19h – e 60% nos demais intervalos."
Nesta quarta (17), a assessoria de imprensa do sindicato disse que a "paralisação seria completa e que não teria efetivo parcial trabalhando nesta quinta-feira". Segundo o sindicato, o edital de licitação é um "jogo de cartas marcadas" e que está "entregando o patrimônio público à iniciativa privada".
Estação de Metrô Corinthians-Itaquera amanhece fechada devido à greve dos Metroviários, na manhã desta quinta-feira (18) (Foto: Peter Leone/Estadão Conteúdo)
A liminar também fixa uma multa de R$ 100 mil para o descumprimento. Caso aplicada, a penalidade deverá ser analisada pela Seção de Dissídios Coletivos em julgamento ainda não marcado.
Em nota, o Metrô disse que o sindicato dos metroviários não cumpre decisão judicial ao decidir pela paralisação. Veja íntegra:
"O Metrô lamenta a decisão tomada pelo Sindicato dos Metroviários de deflagrar, a partir das 0h desta quinta-feira (18), uma greve que prejudicará milhares de paulistanos, os próprios metroviários e a Companhia.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) deferiu liminar determinando a manutenção do efetivo de 80% do serviço nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 60% nos demais horários, sob pena de aplicação de multa ao Sindicato dos Metroviários no valor de R$ 100 mil. Em tutela provisória de urgência de natureza cautelar expedida pela 2ª Vara da Fazenda Pública, o Poder Judiciário determinou ao Sindicato dos Metroviários que se abstenha de promover a greve sob pena de multa de R$ 100 mil por estação paralisada, além de reparação por danos materiais causados ao Metrô para implantação de meios alternativos de transporte.
O Metrô vai acionar seu Plano de Contingência para garantir o serviço essencial de transporte metroviário para a população de São Paulo. Serão adotadas todas as medidas necessárias para garantir a oferta do transporte metroviário para a população e assegurar o acesso dos empregados aos seus postos de trabalho.
Em relação às acusações levianas divulgadas pelo Sindicato dos Metroviários sobre o leilão das linhas 5 de metrô e 17 de monotrilho, cabe esclarecer que:
- Está inteiramente equivocada a afirmação de que seria a CCR o único consórcio capaz de vencer o leilão. Em setembro de 2017, equipe do governo de São Paulo fez roadshow e contato com pelo menos quatro grupos europeus capacitados para participar da licitação, que ocorre na modalidade internacional, justamente para ampliar a concorrência.
- O edital de licitação passou por ampla revisão do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, de 26/9 a 19/12/2017. Nestes 85 dias, o órgão solicitou apenas alteração em um único item do edital, liberando-o, em seguida, para publicação. É importante ressaltar que todos os questionamentos foram julgados improcedentes.
- Todos os integrantes dos consórcios que formam as SPEs (Sociedades para Propósitos Específicos) que atuam na área metroviária são dotadas de competência para participar do pregão.
-As linhas 5 e 17 estiveram abertas à visitação dos interessados entre 19/5/2017 e 20/6/2017, período em que quatro empresas fizeram visitas técnicas às linhas: CCR, CAF, Benito Roggio e Primav/CR Almeida.
- O Governo do Estado de São Paulo vai conceder apenas a operação comercial das linhas 5 e 17. O ativo não faz parte desse processo, como erroneamente afirma o Sindicato dos Metroviários. Não se trata de privatização.
- O Metrô de São Paulo não fez demissões. Ao contrário, o governador Geraldo Alckmin autorizou a contratação de 214 novos técnicos para a operação de suas linhas, sendo 206 de aproveitamento dos candidatos aprovados em concursos públicos e 8 novos oficiais de logística e almoxarifado. Essas vagas somadas às já autorizadas em 2017 ultrapassam 500 novos empregados.
- Quanto à suposta base de trabalho na estação Capão Redondo trata-se de mais uma leviandade do Sindicato, desta vez, colocando em xeque a lisura dos metroviários que trabalham naquela estação.
- Os desligamentos são resultado do PDV (Plano de Demissão Voluntária), ação optativa do funcionário. Desse modo, mais uma vez, a STM lamenta a postura do Sindicato dos Metroviários, que tenta induzir a população paulistana ao erro e à desinformação.
O Metrô ressalta que a ausência e/ou abandono do posto de trabalho nesta quinta-feira (18) implicará em desconto das horas e do Descanso Semanal Remunerado."
Passageiro aguarda a chegada de trem do metrô em São Paulo (Foto: Marcelo Brandt/G1)