A greve dos médicos da rede estadual de Alagoas, que já dura quase três meses, prejudica 2 mil pacientes por dia. Nesta segunda-feira (20), o Governo do estado convocou médicos da Polícia Militar para atender a população.
O hemocentro de Maceió amanheceu sem médicos. Os hematologistas, que pediram demissão, já cumpriram o aviso prévio. No Hospital Pronto-Socorro de Maceió, os neurocirurgiões também não assumiram o plantão. No meio da manhã, o governo convocou médicos da PM para assumir o serviço.
Postos e unidades de saúde estão parados por causa da greve. Por dia, são mais de 2 mil pessoas sem atendimento.
O governo decretou situação de emergência na sexta-feira (17) e tenta, agora, garantir a transferência dos casos mais graves para leitos em hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, estão reunidos em Brasília para discutir soluções para a crise da Saúde no estado.
Morte de paciente
Na Paraíba, os pacientes também sofrem com a falta de atendimento. A greve dos cirurgiões cardíacos entra no quarto dia e deixa 500 pessoas na lista de espera. Os profissionais querem reajuste na tabela do SUS que, segundo eles, está defasada há mais de dez anos.
Na Paraíba, os pacientes também sofrem com a falta de atendimento. A greve dos cirurgiões cardíacos entra no quarto dia e deixa 500 pessoas na lista de espera. Os profissionais querem reajuste na tabela do SUS que, segundo eles, está defasada há mais de dez anos.
A família de uma paciente que precisava de cirurgia e morreu no fim de semana diz que vai entrar na Justiça. O corpo de Elizângela Ferraz Souza, de 28 anos, foi enterrado nesta segunda em Cabedelo (PB). Segundo os parentes, na semana passada, a mãe de Elizângela tentou marcar a cirurgia. Mas os atendentes do hospital credenciado disseram que não seria possível por causa da greve.
Na quinta-feira passada (16), a paciente chegou a dar uma entrevista em que previa o pior. "Não sei se estarei aqui amanhã, estou dependendo dessa greve", disse.
No domingo (19), Elizângela teve uma arritmia cardíaca e morreu a caminho do hospital.
O Ministério Público deve entrar com ação civil contra a Secretaria Municipal de Saúde, hospitais credenciados e médicos. "O direito à vida prevalece sobre todos os demais direitos. O médico tem o dever profissional de atender os casos de urgência", diz a procuradora Ana Raquel Beltrão.
A Secretaria de Saúde de João Pessoa disse que vai entrar com uma queixa-crime contra a cooperativa dos médicos cirurgiões contra o hospital e o corpo clínico por omissão de socorro.
G1
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