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Brasil

Lula pede fim da dicotomia entre militares e civis

9 Nov 2004 - 08h37
Embora não tenha mencionado a crise que levou à demissão de José Viegas do Ministério da Defesa, em seu discurso na cerimônia de posse de José Alencar no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que gostaria que no fim de seu governo "não houvesse mais dicotomia entre servidor civil e militar".

Lula disse também que gostaria de terminar seu governo vendo a sociedade civil e os militares mais "irmanados do que em qualquer outro momento de nossa História".

- Gostaria que as pessoas não fossem obrigadas a pagar o resto da vida por coisas de que nem participaram. Que a gente pudesse terminar esse governo mais irmanados do que em qualquer momento de nossa História entre sociedade civil e militares. Temos uma sociedade preparada do ponto de vista democrático, muito calejada, e de outro lado, temos as Forças Armadas, que têm cumprido com a sua obrigação e têm tido uma atitude de solidariedade com todos os projetos que o governo tem realizado - discursou.

Ao discursar, o vice-presidente José Alencar disse sentir-se honrado por assumir o cargo e afirmou que o presidente da República estará representando por ele no ministério. Ele não citou abertamente o Golpe Militar de 1964, mas disse que as Forças Armadas são o esteio da soberania nacional, embora possa ter havido "eventual equívoco de percurso".

Alencar minimizou os atritos entre o ex-ministro José Viegas e o comandante do Exército, Francisco Albuquerque. Em entrevista depois da posse, ele evitou dizer se vai fazer mudanças nos comandos militares.

- Minha visão é daqui para frente, eu não tenho nada com o passado. Estou empenhado num trabalho que possa fortalecer o Ministério da Defesa e as três Forças - afirmou.

Lula disse que Viegas, a quem chamou de "meu querido amigo", deixa o ministério mas certamente não deixa o governo porque esteve a seu lado desde antes de ele conquistar a Presidência.

Como ações importantes da gestão de Viegas, Lula destacou o fortalecimento da presença das Forças Armadas na Amazônia, a revitalização do programa espacial brasileiro, a reativação do Correio Aéreo Nacional (CAN) e a regulamentação da Lei do Abate, que segundo ele assegura a soberania do país sobre seu espaço aéreo.

Lula falou também da presença militar no Haiti e, ao comparar os militares brasileiros aos americanos, fez uma crítica à forma de intervenção americana. Segundo ele, "os brasileiros jamais vão fazer o que os militares americanos estariam fazendo agora" se estivesem à frente da ocupação daquele país.

Ao passar o cargo, o ex-ministro José Viegas agradeceu a colaboração do Alto Comando das Forças Armadas e desejou sucesso a Alencar. No início de seu discurso, Viegas disse que, conforme havia dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não iria se referir à crise que levou a seu pedido de demissão.

- Desejo todo o êxito e toda a felicidade no exercício do cargo do qual hoje me despeço. Aos comandantes das Forças Armadas, agradeço a colaboração e retribuo o apoio a mim dispensado. Conforme disse ao presidente Lula, não me referirei às circunstâncias que levaram à minha demissão, o que já fiz na semana passada - afirmou.

Nos próximos dias, Lula vai analisar com Alencar a situação do general Francisco Albuquerque, comandante do Exército. Ele deve deixar o cargo, mas o presidente quer que seja uma saída negociada para evitar nova crise. Lula, que não deseja tomar nenhuma medida precipitada, aposta no estilo "mineiro" de Alencar para acalmar a crise e promover a provável transição no comando do Exército.

Participraam do evento os ministros da Saúde, Humberto Costa; da Educação, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. Também assistiram à cerimônia o presidente do PL, Waldemar Costa Neto, e os presidentes da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

 

 

Agência O Globo

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