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Juiz exonera até 280 servidores da Prefeitura de Cassilândia

11 Jul 2007 - 05h50

O juiz Silvio Cezar do Prado, que ocupa interinamente o cargo de prefeito de Cassilândia, decidiu hoje em reunião com o secretariado que vai exonerar entre 90 e 280 funcionários comissionados da Prefeitura de Cassilândia. Segundo ele, alguns poderão voltar, desde que seja indispensável para o bom andamento do setor.

Em entrevista ao Midiamax Silvio Prado disse que a Prefeitura da cidade funcionava de forma arcaica e precária com muitos desvios de interesses públicos. Ele assumiu a administração municipal depois do afastamento do prefeito José Donizete Ferreira de Freitas (PT), do vice Sebastião Pereira da Silva (PSB) e de seis vereadores sob suspeita de fraude e desvio de recursos públicos.

Ficou também decidido hoje que os servidores terão de assinar livro de ponto, até a aquisição de maquinários para que todos possam bater o cartão. Quando isso ocorrer, câmeras serão colocadas para identificar quem bateu o ponto. Foi a idéia apresentada na reunião.

Ele explicou as dificuldades encontradas na Prefeitura que, segundo ele, estava em um “estado lastimável”.

O juiz-prefeito denunciou ainda os problemas na administração da cidade. “Práticas antigas e ultrapassadas, gastos absurdos e sem nenhuma necessidade, muito assistencialismo, pouca administração, funcionários inseguros quanto à forma de trabalhar e secretários sem nenhuma autonomia para dirigirem suas secretarias”, explica.

Ele citou que as ações do ex-prefeito, vice e vereadores acarretaram em prejuízos em todas as áreas, como educação, saúde e infra-estrutura. Prado, no entanto, preferiu não responder quanto foi desviado dos cofres públicos. Enquanto prefeito, não tenho informações a respeito. Está sendo discutido na Justiça”.

No entanto, foi criada uma Comissão de Gestão para avaliar qual foi o “rombo” deixado nos cofres da cidade pela administração anterior. Prado salientou ainda que já foi feito um convite para que representantes do TCE (Tribunal de Contas do Estado) faça uma avaliação na cidade.

Ele fez questão de ressaltar que ocupa o cargo devido a uma decisão judicial da juíza Jeane de Souza Bargosa Ximenes, substituta da 1ª Vara de Cassilândia. “Não tenho nenhum interesse político já que sou com muito orgulho um servidor da justiça e é assim que pretendo continuar, então até que me seja dado uma segunda ordem, continuo a frente da Prefeitura Municipal”.

Mudanças

Questionado sobre a relação com a Câmara de Vereadores da cidade ele ressaltou a necessidade de união entre os dois poderes e falou das mudanças realizadas na Prefeitura como o horário de trabalho dos servidores, que passou de seis para oito horas por dia.

Ele tirou também os pagamentos de tributos que antes eram efetuados no caixa da prefeitura como: água, IPTU, ITBI, alvarás de licença e outros, sendo que os mesmos serão a partir de agora pagos em uma agência bancaria a ser definida. Outra decisão, tomada juntamente com o departamento jurídico da prefeitura, foi a reformulação no quadro de secretários e a demissão de alguns funcionários comissionados.

Prado salientou ainda ter ficado surpreso com a decisão para que assumisse a Prefeitura e comentou a reação da população. “Ficaram tão surpresos quanto eu, já que me parece que este é um caso inédito em nosso País, mas também demonstraram apoio e confiança no meu trabalho e é isso que me impulsiona cada vez mais e me da forças para cumprir com as obrigações que me foram confiadas”.

Afastamento

Além do vereador Baltazar Soares (PSDB), presidente da Câmara de Vereadores que ocupava interinamente o cargo de prefeito da cidade, também foram afastados os parlamentares Romão Maiorchini (PMDB), que presidia interinamente a Câmara Municipal, Ozélio Silva (PSDB), Celino Araújo (PDT), Paulo Dalastra (PSDB) e Silvoney Veron da Silva (PT). Agora, permanecem na Câmara Municipal os vereadores Zirley Assis de Lima (PSB), presidente da Comissão Processante que investiga Donizete, Enio Freitas Dias (PSDC) e Florisvaldo Barbosa Dias.

A força-tarefa — formada pela Polícia Civil e o Ministério Público Estadual — apurou que vereadores e servidores recebiam mensalmente quantias em dinheiro para encobrir o esquema de desvio, sendo que os valores do chamado “mensalinho” chegavam a R$ 6 mil mensais.

Arquivo

Servidores e comerciantes da cidade emitiam notas frias para a Prefeitura com objetivo de encobrir o esquema de desvio de dinheiro na Prefeitura. O prefeito José Donizete Ferreira de Freitas também foi acusado de um esquema de desvio dos valores arrecadados pela Prefeitura relativos ao pagamento da conta de água.

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