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Brasil

Índios voltam a abater bovinos de áreas invadidas em Japorã

6 Dez 2004 - 13h00

Indígenas guarani-caiuá voltaram a abater gado de propriedades rurais localizadas entre os municípios de Japorã e Iguatemi, onde 14 áreas foram invadidas pelos índios em dezembro do ano passado para reivindicar a posse de 7,5 mil hectares na região. Preocupados com uma nova investida indígena, os produtores já começaram a contratar mais seguranças e dizer estar preparados para possível conflito, uma vez que o clima está tenso.

José Maria Varago, proprietário da fazenda São José, de 500 hectares, revela que desde fevereiro pelo menos 40 cabeças de gado foram abatidas, o que gerou prejuízo superior a R$ 40 mil. Segundo o produtor, os indígenas invadem as terras dos ruralistas após abaterem o gado deixam a carcaça na propriedade e, em alguns casos, quando não conseguem matar os animais os índios deixam o gado com ferimentos.

Varago revela que o clima está tenso no local, portanto, já contratou dez seguranças para tentar barrar novas investidas, previstas para acontecer ainda este mês, conforme os próprios indígenas teriam ameaçado. “Crianças e mulheres não vão mais ficar aqui. Agora vão ficar só os seguranças. O clima aqui está tenso e vai ficar pior porque se eles vierem estamos preparados. Já perdemos da primeira vez e agora não vamos deixaram fazer o que fizeram da outra vez”, disse Varago em alusão à invasão feita em dezembro do ano passado.

Na ocasião, o produtor perdeu 300 cabeças de gado e até o momento não foi ressarcido. “Não me pagaram um tostão por isso. Não adianta cuidar. A gente cuida, cuida, cuida, cerca de um lado e eles entram pelo outro”, conta Luiz Carlos Tormina, dono da fazenda Chaparral, que desde abril pelo menos 20 animais foram mortos na propriedade que tem 605 hectares atualmente vigiados por dois seguranças. “Os seguranças não conseguem mais conter os índios”, explica o produtor.

O advogado Geones Peixoto, que representa os dois ruralistas, afirma ter registrado boletins de ocorrência em delegacias de Iguatemi e Mundo Novo e fez inclusive as fotos das carcaças dos animais. A ocupação sistemática das terras nos municípios de Japorã e Iguatemi começou em dezembro de 2003, após estudo da Funai, o qual indicava que 7,5 mil hectares distribuídos em 14 propriedades rurais seriam historicamente de propriedade dos guarani-caiuá.

O estudo foi contestado pelos produtores e o impasse tornou-se confronto, ocorrido na ponte que divide os municípios, no dia 21 de janeiro deste ano. Após o acirramento da disputa, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª região, em São Paulo (SP), determinou a desocupação de 11 áreas e a permanência dos índios em 10% de três fazendas – São Jorge (antiga Agrolak), Remanso Guaçu e Paloma –, todas em Japorã.

 

 

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