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TRAGÉDIA EM BRUMADINHO

Em Brumadinho, Luisa Mell se revolta com execução de animais, 'assassinato'

Em Brumadinho, Luisa Mell se revolta com execução de animais, 'assassinato'

29 Jan 2019 - 19h23Por TERRA

A apresentadora Luisa Mell publicou um desabafo em seu Instagram nesta terça-feira, 29, mostrando-se revoltada com a execução de animais na região de Brumadinho, em Minas Gerais, após o rompimento de uma barragem na cidade.

Luisa Mell em Brumadinho
 
Luisa Mell em Brumadinho
Foto: Instagram / @luisamell / Estadão Conteúdo

Na segunda-feira, 28, ao menos um helicóptero que sobrevoava o local tinha a missão de executar, com tiros, animais ilhados, presos na lama ou feridos. Um agente da Polícia Rodoviária Federal, armado com fuzil disparava contra eles na área do Córrego do Feijão.

"Eles não queriam salvar os animais, queriam assassinar os animais, que é o que estão fazendo atirando do helicóptero. A hora que escutei a história falei 'não é possível uma coisa dessas!'. É verdade. Olha que lixo. Olha que barbaridade. Olha que atrocidade", lamentou Luisa em seu Instagram.

"Infelizmente, alguns animais vão ter que ser eutanasiados. Eu tô ciente disso. Apesar de ser muito triste pra mim, a eutanásia é uma realidade em casos como esse. Mas o que a gente questiona é que não é eutanásia de cima de um helicóptero atirando. Isso é assassinato."

"Tem outras maneiras dignas de sacrificar os animais e essa não é uma delas", complementou em seus stories.

Luisa definiu a ação como uma "palhaçada" e criticou as autoridades por não terem feito uma contabilidade sobre os animais mortos.

A ativista ainda afirmou que se recusa a se retratar por suas críticas e acredita estar sendo "sabotada": "estão com um plano pra me tirar de todas as ações". "

"Pelo menos consegui atingir meu objetivo. Foi cancelada essa palhaçada de ficar atirando do helicóptero e agora tão começando a resgatar os animais. Talvez eu não consiga participar, porque tá todo mundo me sabotando, mas não tô nem aí. Se salvarem os animais, pra mim já tá bom."

"Foram muitas pessoas, mas muitas que já tentaram me destruir, mas a verdade sempre se impõe. Podem inventar o que quiserem de mim, as pessoas sabem quem eu sou, eu trabalho, eu faço. Podia tá na praia com meu filho, onde eu tava, mas não, tô aqui trabalhando", desabafou.

"Se eu sumir por aqui é que eu fui presa. Já tá todo mundo em cima de mim falando que querem me prender agora, só falta essa".

Execução de animais em Brumadinho

A decisão de executar os animais foi confirmada ao Estado pelo chefe da Defesa Civil de Minas, coronel Evandro Geraldo Borges. "O que vamos fazer? Deixar o animal sofrendo? Estamos sim, com equipe em campo executando esse trabalho, mas essa decisão só é tomada nos casos em que não há outra opção."

Outra parte da equipe, disse o coronel, está empenhada em socorrer animais "em condições de serem retirados" da lama. Mas em muitas situações, declarou, só resta o tiro de misericórdia. "Não tem jeito. Tem animal preso, outro com perna quebrada. Temos de fazer escolhas, de retirar as pessoas, ir atrás de sobreviventes. Tudo que está sendo feito foi pensado. É isso."

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal informou que o procedimento de sacrifício dos animais foi realizado com o atendimento de todos os protocolos de segurança, "a pedido e sob a coordenação de uma veterinária, integrante do Conselho de Veterinária de Minas Gerais e supervisionado pelo comando das operações de resgate".

Próximo da equipe de brigadistas que tenta abrir o ônibus tomado pelo barro, um boi cansado, sobrevivente da tragédia, foi batizado de Resistente pelos agentes. Um helicóptero se aproxima da área onde Resistente está. Não veio executá-lo, mas carregar o primeiro corpo de uma vítima que os agentes conseguiram retirar do ônibus.

Durante as oito horas em que o Estado acompanhou a operação, Resistente chegou a receber um pouco de feno e água. Nesta terça-feira, disseram os brigadistas, o boi deverá ser sedado, para que seja retirado dali. Com vida.

Posição do Conselho Federal de Medicina Veterinária

Por meio de sua asssessoria de comunicação, o Conselho Federal de Medicina Veterinária divulgou a seguinte nota de apoio à atuação de médicos-veterinários na região de Brumadinho:

"O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) informa que os médicos-veterinários da Comissão de Bem-Estar Animal, do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG), estão acompanhando os trabalhos de resgate de animais em Brumadinho/MG, em função do rompimento da barragem do Córrego do Feijão.

Sob a supervisão de equipe veterinária, nesta segunda-feira, 28, dois animais (um equino e um bovino), que estavam atolados há 4 dias em local de difícil acesso, tiveram de ser abatidos por meio de rifle sanitário.

Os animais encontravam-se em local sem condições de segurança para serem içados, presos em área que oferecia riscos aos socorristas e sem possibilidade de acesso para intervenção de outra técnica de eutanásia.

Com base na Resolução CFMV nº 1000/2012, a decisão da equipe envolvida foi estritamente técnica, uma vez que os animais já estavam debilitados, desidratados e em sofrimento.

De acordo com artigo 3º da Resolução 1000, a eutanásia pode ser indicada quando 'o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos'.

E a norma ainda deixa claro, em seu artigo 10, que a escolha do método dependerá da espécie animal envolvida, da idade e do estado fisiológico dos animais, bem como dos meios disponíveis para a contenção.

Adicionalmente, a Resolução CFMV nº 1.236/2018 (art. 5º, XXIX, parágrafo 1º) excetua o abate e a eutanásia da condição de maus-tratos.

O CFMV entende que o momento é delicado, requer deliberação profissional complexa, envolve preceitos técnicos e éticos, não sendo uma decisão trivial, mesmo para médicos-veterinários experientes. No entanto, o CFMV reconhece e apoia o trabalho que vem sendo feito pela equipe do CRMV-MG, que segue comprometida com os protocolos e práticas de bem-estar animal. Os profissionais envolvidos possuem experiência em ocasiões de desastres ambientais e já atuaram, inclusive, no rompimento das barragens em Mariana e nas inundações do município de Rio Casca.

O Conselho alerta que os peritos oficiais estão coletando vestígios para apurar as causas do rompimento da barragem e, por isso, o acesso ao local está restrito às equipes previamente autorizadas. Para não interferir nas investigações, nem prejudicar a produção de provas, as autoridades pedem calma e paciência, pois as equipes de salvamento já estão empenhadas no resgate dos animais da melhor maneira possível e garantindo a segurança de todos.

Nota técnica da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal (Cobea) do CFMV

Por convicção, inspiração cívica e comprometimento com o bem-estar dos animais envolvidos na catástrofe de Brumadinho (MG), os médicos-veterinários brasileiros em atividade no local, voluntários ou não, estão buscando minimizar os danos à saúde física e mental dos animais presentes na área do acidente.

Cabe frisar que todo médico-veterinário possui formação técnica para realizar o diagnóstico das condições de saúde dos animais e, em casos extremos, de acordo com as resoluções técnicas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), proceder com o sacrifício humanitário ou com a eutanásia.

Ressalta-se que o método de escolha para o sacrifício passa também pelas condições em que o animal se encontra. Zonas de guerra, de acidentes de grandes magnitudes ou de catástrofes naturais muitas vezes são áreas cujas variáveis do ambiente não estão sob o controle do médico-veterinário. Assim sendo, e não havendo condições de segurança ou de acesso até o animal para remoção ou contenção química por anestésicos, o sacrifício com o uso de rifle é aceito.

Quando corretamente aplicado, por profissional apto e habilitado, o projétil produz dano cerebral grave e irreversível, induzindo o animal à imediata inconsciência e insensibilidade, eventos que antecedem e garantem morte rápida e indolor. Por ser uma técnica humanitária e por permitir mitigar de maneira rápida o sofrimento dos animais em zonas de catástrofes, este método é amplamente difundido e recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), bem como pelo CFMV.

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