A semana começou com ingressos e superávit expressivo na balança comercial, levando o dólar a encerrar a segunda-feira na menor cotação desde 3 de janeiro de 2001. A moeda norte-americana caiu 1,07%, para R$ 1,940.
Boa parte da queda se deu nos últimos minutos da sessão, com a demora do Banco Central em atuar no mercado. Um leilão de compra de dólares pelo BC foi realizada apenas às 15h47 e operadores relataram entre 7 e 12 propostas aceitas.
"O mercado estava esperando que o BC entrasse de manhã ou logo depois do almoço para comprar e dar uma aliviada, mas ele fez um leilão no finalzinho... realmente deixou (a cotação) descer até onde o mercado podia para depois entrar", avaliou Francisco Gimenez Neto, diretor de operações da corretora de câmbio NGO.
"Quando o resultado saiu, na essência, o mercado já estava fechado... foi só para (o BC) dizer que esteve presente."
Entre os motivos que permitiram que o dólar tivesse mais um dia de queda, o diretor citou fortes ingressos de recursos e o saldo da balança comercial na semana passada. Segundo ele, perto do fechamento já havia mais de US$ 2,8 bilhões em negócios registrados no segmento interbancário.
Na semana em que o dólar caiu abaixo de R$ 2, a balança comercial teve superávit de US$ 1,3 bilhão, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No ano, até a terceira semana de maio, a balança acumula saldo positivo de US$ 15,69 bilhões.
A diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, destacou também o declínio do risco-país para nova mínima histórica nesta manhã, aos 138 pontos-básicos sobre os Treasuries, e o desempenho dos mercados acionários.
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo mantinha-se acima de 52 mil pontos, patamar atingido na semana passada.
A diretora acredita, porém, que o mercado deve seguir um pouco mais estável ao longo da semana, já que a agenda econômica é fraca e muitos investidores ficam mais cautelosos quando os ativos atingem níveis elevados.
Invertia
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