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Brasil

Cresce número de casos de diabetes e hipertensão no país

8 Jun 2007 - 13h24

Maus hábitos alimentares e falta de exercícios físicos aumentam os casos de diabetes e hipertensão no Brasil. Já são, pelo menos, 10 milhões de pessoas com diabetes. O problema é cada vez mais comum entre crianças e adolescentes.

A receita é simples e bem conhecida: alimentação saudável, com pouco sal e açúcar e alguma atividade física. Mas a realidade é outra, e o número de brasileiros acima do peso ideal cresce e puxa para cima outra estatística: a de diabetes.

A Associação de Diabetes Juvenil estima que de 10 milhões a 12 milhões de pessoas sofram da doença no Brasil – e cada vez mais cedo. O mal, que há poucas décadas afetava quase exclusivamente a idosos, hoje é comum entre crianças e adolescentes.

O especialista Durval Damiani, representante da Associação de Diabetes Juvenil, explica que a doença se desenvolve durante anos, sem sintomas. Ele lembra que a ciência evoluiu no diagnóstico e no tratamento, mas que nem um nem outro estão ao alcance de todos.

“As pessoas não têm condições, às vezes, até de comprar os insumos para o seu tratamento. Existem agora decretos, garantindo a todo paciente diabético o que ele precisa para o seu tratamento. Mas isso ainda esbarra em algumas coisas, e as pessoas precisam entrar, muitas vezes, na Justiça, colocar um advogado para lutar para conseguir o seu direito”, explica Damiani.

Sem tratamento, o diabetes pode provocar doenças cardíacas, derrame, hipertensão arterial, cegueira, insuficiência renal e levar à amputação das pernas.

Uma pesquisa feita pelo Centro Gonçalo Moniz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Bahia, e pela Universidade Federal de São Paulo avaliou 6.701 pacientes de dez cidades e descobriu que o Brasil é o segundo país com controle inadequado da taxa de açúcar no sangue, à frente apenas da Tunísia.

 Complicações


O diabetes não é a única doença silenciosa e com conseqüências graves por falta de cuidado adequado. A hipertensão também pode ser incluída em um quadro que os médicos conhecem como “lei das metades” – dos brasileiros que têm diabetes ou hipertensão, apenas metade tem conhecimento disso. Dos que sabem, metade se trata; e dos que se tratam, metade consegue controlar a doença.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, de cada dez brasileiros, três são hipertensos e 3,5 milhões de crianças e adolescentes sofrem com a doença, principalmente nas cidades de Belo Horizonte, Florianópolis e Rio de Janeiro. Em 2005, o Sistema Único de Saúde fez 1,18 milhão de internações por doenças cardiovasculares, uma das principais conseqüências da hipertensão não controlada.

“Você vai ter complicações depois de 10, 15 ou 20 anos. As pessoas não gostam de pensar depois de 20 anos, não gostam de tomar uma atitude agora. Além disso, os próprios médicos, às vezes, minimizam a situação. Na realidade, nós precisamos descobrir como convencer as pessoas”, alerta o representante da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Décio Mion Júnior.

A aposentada Esmeralda Trambini, de 64 anos, só se convenceu depois de levar um susto. “Não conseguia articular as palavras direito. O negócio era sério. Tem alguma coisa errada por aí", conta ela.

A pressão alta afetou o coração, e não foi por falta de aviso. “Sabia que tinha alguma coisa errada, mas eu não estava dando importância para o negócio, porque a gente está sempre correndo, sempre lidando, e a preguiça de ir no médico também”, disse a aposentada.

Remédios, dieta e exercícios controlaram a doença, melhoraram a saúde e se tornaram hábito em casa. O filho de dona Esmeralda, de 31 anos, não é hipertenso. Não toma remédio, mas toma cuidado.

“Eu continuo acompanhando, porque, uma vez que apresentou problema, vamos acompanhar para ver se evolui ou não evolui. É melhor prevenir do que remediar depois”, finaliza o relojoeiro Moisés Trambini.

As internações por problemas cardiovasculares, em 2005 custaram R$ 1,3 bilhão para o Sistema Público de Saúde.

 

 

G1

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