Um verdadeiro esquema criminoso em torno do empresário ponta-poranense Jamil Fouad é o que acusa o relatório da CPI da Pirataria, do Congresso Nacional. Em diligências por diversos Estados, a comissão, presidida pelo deputado federal Medeiros (PL/SP), coloca o Mato Grosso do Sul como a principal rota para a entrada de produtos contrabandeados e falsificados provenientes do Paraguai, principalmente cigarros, e observa ainda indícios de favorecimento ao crime por parte das autoridades, num escuso jogo de influências.
O documento conta que Jamil Fouad também é conhecido pelo nome de Fahd Yamil Georges e já é investigado por suspeita de envolvimento com o crime organizado na região de Ponta Porã. Ele exerce forte influência em Salto del Guayra e Pedro Juan Caballero, importantes pontos de contrabando no Paraguai, das mais variadas mercadorias.
Além de Fouad, os congressistas nomeiam outros que teriam ligação com ele e suas possíveis atividades criminosas. Pablo Prieto é um deles, que, embora seja originário de Pedro Juan Caballero, tornou-se um importante distribuidor em Ciudad del Este, na fronteira com o Paraná, realizando operações semelhantes a Diego Nara, o mais importante do ramo naquela região. Pablo é sobrinho de “Tulu” Georges e Ramon Marecos, outros envolvidos com crimes de contrabando em outras regiões.
Diego Nara, segundo a CPI, vende a maioria das marcas ilegais e atende a clientes de pequeno e médio porte de São Paulo e é ligado ao esquema de Jamil Fouad, em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Diego age em sociedade com seu irmão Bonifacio Nara. O esquema de Fouad estaria no centro da principal rota de produtos falsificados para o Brasil, conforme o apurado pela comissão.
E aponta ainda que “as exportações de fronteira não sofrem fiscalização”. O mapa esboçado através de dados da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação) desenha rotas aproveitando os 600 quilômetros de fronteira seca partindo de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero partindo rumo a Campo Grande especialmente e interligando-se com outros descaminhos rumo a Mundo Novo, ainda em Mato Grosso do Sul, e se estendendo para Foz do Iguaçu e Guaíra no Paraná, além de outras cidades paraguaias.
Por estes pontos passam as mais diversas modalidades de contrabando e descaminho por meio de ônibus de turismo que fazem o transporte das mercadorias em caixas e em veículos sem bancos. Vem especialmente daí o abastecimento de mercadorias ilegais como armas, drogas e cigarros porque, além do sucateamento dos postos da Receita e da Polícia Federal, há a corrupção das áreas de fronteira, denuncia o relatório dos congressistas. E pedem ainda uma investigação mais aprofundada por parte do MPF (Ministério Público Federal).
Mídia Max
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