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Brasil

Coronel Ivan deve se explicar na Assembléia amanhã

13 Jun 2007 - 04h53
 

As denúncias contra Coronel Ivan (PSB) esbarram no corporativismo parlamentar. Nenhum deputado consultado quis ”prejulgar” e nem comentar o suposto envolvimento do deputado com a máfia dos caça-níqueis. A Assembléia Legislativa vai esperar o desdobramento das denúncias e um possível pronunciamento do deputado na próxima sessão, quinta-feira.

Os deputados também não querem avaliar os aspectos ético e moral. Se ficar comprovado que o deputado violou o decoro parlamentar, cabe cassação. Mas os deputados preferem não fazer projeção sobre hipóteses até o desdobramento do caso. Nos bastidores, porém, comenta-se a respeito do suplente do PSB, vereador Ângelo Guerreiro, de Três Lagoas, que pode assumir no caso de afastamento ou cassação do Coronel Ivan.

Segundo o presidente da Casa, Jerson Domingos (PMDB) não há, ainda, nenhuma denúncia formal e por isso a Assembléia Legislativa não vai se manifestar e nem pedir explicações ao deputado. O corregedor da Assembléia Legislativa, deputado Maurício Picarelli (PMDB), no entanto, disse que espera um pronunciamento do Coronel Ivan até a próxima sessão.

Não havendo manifestação, a Corregedoria vai pedir explicações de ofício. Há, ainda, a hipótese da Corregedoria pedir à Polícia Federal informações sobre as denúncias que estão sendo divulgadas pela imprensa. “Os deputados estão apreensivos, isso é inegável”, disse o corregedor.

“Não cabe ao presidente da Assembléia determinar abertura de processo quando não há denúncia formal. Esta Casa é favorável que o órgão competente (a Justiça) faça a apuração”, disse Jerson Domingos, afirmando que denúncias envolvendo ex-deputados “não arranham o Poder Legislativo”. Para Domingos, “o importante é não prejulgarmos ninguém, seria muito prematuro fazer juízo sobre denúncias que por enquanto estão apenas na imprensa, até porque o deputado nem foi ouvido e não teve oportunidade de apresentar defesa”.

O deputado Pedro Kemp, líder do PT na Assembléia Legislativa, se disse triste pelo fato das denúncias envolverem alguém que foi membro do governo do PT, mas contemporizou o fato, notando que em qualquer governo muitas pessoas são convidadas a participar e ninguém fica sob controle ou vigilância. “A fase é de ionvestigação, a Assembléia deve aguardar”, disse Kemp.

Para o líder do governo, deputado Youssif Domingos, há regras rígidas na Constituição, mas no caso do coronel Ivan, considera prudente aguardar o desdobramento das investigações e a apresentação da defesa.

NOTA

O Coronel Ivan não compareceu à sessão desta terça-feira. Como na quarta-feira é feriado municipal em Campo Grande, os deputados retornam ao trabalho somente na quinta-feira.

A assessoria de imprensa da Assembléia distribuiu aos jornalistas cópias de uma nota enviada pelo deputado. Ele nega qualquer envolvimento com a máfia dos caça-níqueis e diz que a ligação interceptada e divulgada na imprensa não tem qualquer ligação com o esquema.

Na conversa com Ari Silas Portugal, o Coronel Ivan cobra o recebimento de 33,33% de um valor, sob o risco de pedir de volta 12 máquinas. As máquinas, segundo a PF, seriam caça-níqueis.

“Os trechos de diálogos pinçados em contexto diverso daquele que se pretende fazer crer não podem servir de prova suficiente para execração pública de quem sequer foi oficialmente comunicado para prestar esclarecimentos a quem de direito”, diz trecho da nota distribuída à imprensa.

“Não é justo e tampouco legal, que uma frase editada por interceptação telefônica, sem a necessária compreensão de seu contexto, seja utilizada como forma de condenação antecipada contra quem sequer teve direito de ser ouvido”, diz o Coronel Ivan em outro trecho da nota.

GRAVAÇÕES

Novas gravações telefônicas mostram o possível envolvimento do deputado Coronel Ivan. Segundo as investigações, existem cinco grupos que exploram caça-níqueis em Mato Grosso do Sul. O envolvimento de policiais e autoridades do estado fica claro nas gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal.

Segundo a polícia, em uma dela, o coronel Ivan de Almeida cobra uma participação mais efetiva no negócio e diz qual o percentual que quer receber. A conversa é entre o coronel e Ari Portugal, apontado pelos policiais como um dos chefes do esquema de jogos de azar em Mato Grosso do Sul.

Coronel: Eu quero ganhar igual a vocês.
Ari: Coronel...
Coronel: Senão, não precisa eu ganhar.
Ari: Então, como é que nós vamos fazer?
Coronel: Eu quero, eu quero 33,33% de tudo. Só isso.
Ari: Tá bom. O senhor, o senhor pode vim aqui?

SIGILO

Ontem o juiz da 5ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, Dalton Igor Kita Conrado, decretou a quebra do sigilo fiscal e bancário dos 85 investigados na Operação-Xeque-Mate, que apura a atuação de cinco grupos na exploração de máquinas caça-níqueis em Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal aguarda autorização do Tribunal Regional Federal para investigar o deputado Coronel Ivan.

 

 

TV morena

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