Na última reunião, dia 5 deste mês, o contrato não passou. O Cori e o CD fizeram quatro adendos ao texto original. A MSI queria criar uma S/A; o Cori e o Conselho exigiram uma associação de licenciamento. A MSI elegeu o Fórum de Londres para decidir eventuais questões; o Cori e o Conselho querem o de São Paulo; a MSI não dava garantias ao dinheiro que será investido no clube; o Cori e o Conselho querem um aval bancário de um grande banco internacional (JP Morgan, Chase Manhattam, Citibanck, Barclays, Credit Suisse ou HSBC). Além disso, o Cori e o Conselho querem saber a origem do dinheiro.
O clube está dividido. Com o caixa a zero e sem perspectivas para quitar uma dívida de R$ 22 milhões, criada só na última etapa da administração Alberto Dualib, a diretoria vê a parceria como a única solução para zerar o déficit (não estão incluídas nesses R$ 22 milhões as pendências com a Justiça do Trabalho. Se o clube perder todos os processos movidos por ex-funcionários e atletas, a dívida pode chegar aos R$ 60 milhões).
Se o contrato for aprovado, a MSI dará ao Corinthians, de luvas, U$ 35 milhões - U$ 20 milhões para quitar as dívidas e U$ 15 milhões que serão investidos em grandes contratações. Além disso, compromete-se a pagar para o departamento Social U$ 200 mil mensais no primeiro ano e R$ 200 mil mensais no segundo. A empresa assumirá todas as despesas e a receitas do departamento de Futebol profissional e amador nos próximos 10 anos. E terá preferência para renová-los por outros 10, de acordo com o texto do contrato.
É impossível garantir que o contrato será assinado. Há um grande equilíbrio entre o grupo favorável e o contra. A MSI provocou uma racha nas lideranças políticas. Juntos, o presidente Alberto Dualib, o vice Nesi Curi e o cardeal Wadih Helou sempre foram imbatíveis. Como Helou não vê a parceria como um bom negócio a partir do segundo ano de contrato, resolveu mudar de lado, provocando um racha no grupo.
Com o racha, nasceram novas lideranças. O vice-presidente de Futebol Antônio Roque Citadini, que também é vice-presidente eleito, até ontem um defensor fiel de Alberto Dualib, virou adversário na questão MSI. E está unido a Wadih Helou, outro que sempre deu apoio a Dualib, antes do advento MSI.
Junto com Wadih e Citadini, contrários à parceria, estão os grupos Damião Garcia, Valdemar Pires e Romeu Tuma Júnior. Somam 150 votos contrários à parceria. Alberto Dualib e Nesi Curi têm o apoio do grupo do conselheiro Andrés Sanches. Somam outros 150 votos.
Na prática, os 80 conselheiros que não estão comprometidos com nenhuma liderança é que podem definir a parceria. Isto é, se houver votação. O advogado Wílson Canhedo entrou com uma representação no Fórum do Tatuapé, pedindo que os 26 conselheiros assalariados do clube (todos favoráveis à parceria) sejam impedidos de votar nesta reunião. Se não tiver sucesso, entrará com uma medida cautelar, pedindo a suspensão da assembléia.
Estadão
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