Menu
quinta, 25 de abril de 2024
Busca
Busca
Brasil

Copom mantém juro em 16% pelo quarto mês consecutivo

18 Ago 2004 - 17h42
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 16% ao ano. Esse é o quarto mês seguindo no qual a taxa fica inalterada.

Depois de reduzir os juros em dez pontos percentuais no segundo semestre do ano passado, o BC adotou uma postura mais conservadora. Neste ano, a Selic foi alterada somente em duas ocasiões. Em março, quando caiu 16,50% para 16,25% e em abril, quando chegou aos atuais 16%.

A manutenção dos juros foi motivada principalmente pela ameaça de alta da inflação e pela incerteza em relação ao petróleo e aos juros nos EUA. Além disso, vários indicadores econômicos mostram uma retomada no crescimento da economia brasileira, apesar da taxa de juros ainda ser alta.



A decisão foi tomada após a reunião mensal do comitê, nestas terça e quarta-feira, e ficou dentro da expectativa do mercado financeiro. Já as entidades ligadas à indústria, ao comércio e os sindicatos queriam que o BC reduzisse a taxa. O próximo encontro do Copom será nos dias 14 e 15 de setembro.

Os economistas prevêem que a Selic de permanecer no atual patamar até o fim do ano, segundo uma pesquisa realizada pelo próprio BC com várias instituições financeiras. Na ata da última reunião, o BC não descartou, no entanto, a possibilidade de aumentar os juros, caso julgue necessário.

Inflação, EUA e risco-país

Os três principais fatores que pesam sobre a taxa Selic são a inflação, o risco-país e a taxa básica de juros dos EUA. Sempre que um desses fatores está em alta, a tendência é que os juros no Brasil fiquem inalterados ou até subam.

Em relação à inflação há pelo menos duas preocupações. Os reajustes de tarifas de luz, telefone, pedágio e água e esgoto pressionaram os índices de preços ao consumidor, em especial o IPCA, que é utilizado pelo governo como meta de inflação. A expectativa do mercado é de uma inflação acima de 7%, contra uma meta de 5,5% com uma "margem" de mais 2,5 pontos (até 8%).

A segunda preocupação é com uma retomada forte do crescimento, que pode alimentar a inflação e obrigar o governo a colocar um novo freio na economia. O BC já afirmou várias vezes que só vai admitir um crescimento que se mostre "sustentável" ao longo do tempo.

Os recordes seguidos do barril de petróleo, que chegou a superar US$ 47 em Nova York, preocupa por dois motivos. Em primeiro lugar, existe a necessidade de a Petrobras reajustar o preço da gasolina e de outros derivados.

Além disso, o petróleo está pressionando os preços nos EUA, o que pode levar o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) a elevar mais rapidamente as taxas de juros no país.

No início do mês, o Fed elevou a sua taxa básica de 1,25% para 1,5% ao ano. O aumento já era esperado pelo mercado, mas na nota divulgada após a reunião, o banco central dos EUA indicou que poderia ser mais conservador e aumentar o ritmo de elevação dos juros.

Nos últimos 30 dias o risco-país passou de um patamar de 600 pontos para cerca de 550 pontos. Uma queda de 50 pontos no risco possibilitaria, em tese, a redução de 1 ponto percentual na Selic, caso não houvesse pressões sobre os outros fatores que influenciam a taxa.

Desde a criação do Copom, em 1996, a taxa Selic só esteve abaixo de 16% ao ano entre dezembro de 2000 e abril de 2001, quando ficou entre 15,75% e 15,25% ao ano.
 
 
Folha Online

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

SEM ATENDIMENTO
Grávida que morreu sem atendimento 'vomitou sangue pelo nariz e boca'
VICENTINA - PROGRESSO
Prefeito Marquinhos do Dedé lidera avanço histórico rumo ao saneamento completo em Vicentina
Fátima Fest 2024
Agora é oficial Luan Santana divulga em sua agenda a data do show em Fátima do Sul no Fátima Fest
Ajude
Mãe luta por tratamento de filha especial e por sobrevivência dos outros filhos em Campo Grande
Saúde
Repórter Dhione Tito faz cirurgia no joelho e se diz confiante para correr atrás do boi de rodeio

Mais Lidas

FOTO: BLOG FAVO DE MELFÁTIMA DO SUL DE LUTO
Fátima do Sul com tristeza se despede do querido amigo Mirão, família informa sobre velório
DESPEDIDA
Morte precoce de mulher abala moradores de Mato Grosso do Sul
Entretenimento
Encontro Nacional de Violeiros do MS acontece neste fim de semana em Vicentina, veja a programação
FOTO: MÍDIA MAXFEMINICÍDIO EM MS
'Matei porque era prostituta': Homem deu 30 facadas em mulher e passou 3 dias com corpo em MS
Sidney Assis, de CoximTRAGÉDIA NAS ESTRADAS
TRAGÉDIA: Acidente mata mãe e filho