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Conheça as doenças que mais afetam os trabalhandores

26 Abr 2007 - 17h52

Comemorado desde o final do século XIX, o Dia do Trabalho (ou Dia do Trabalhador) é sempre marcado pelas reivindicações por melhores condições, direitos, entre outros. A reumatologista Dra. Evelin Goldenberg realizou uma pesquisa “Prevalência de Síndromes Dolorosas Osteo-Musculares em Trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS)” que avaliou os distúrbios mais comuns e sua relação com o estresse em profissionais da área de saúde

As Doenças Osteo-musculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) constituem um problema de saúde pública e geram custos à sociedade, tanto no âmbito empresarial quanto no governamental, dando origem a despesas com seguros previdenciários, pensões, além de perda de dias de trabalho, afastamentos e queda na produtividade. Segundo o Instituto Nacional de Prevenção das DORT, 310 mil trabalhadores são portadores de DORT, ou seja, 6% da população empregada, gerando gasto anual de R$ 12,5 bilhões

A pesquisa analisou médicos, enfermeiras, agentes de saúde, auxiliares de serviços gerais, porteiros, recepcionistas, atendentes e auxiliares administrativos, funcionários de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de dez bairros da região do Campo Limpo, periferia da zona sul de São Paulo. De um total de 540 funcionários estudados (472 mulheres e 68 homens), 54,26% apresentavam sintomas dolorosos, sendo 56,57% das mulheres e 38,24% dos homens.

Os resultados mostraram que todos os indivíduos com quadro de dor apresentavam estresse, fator que aumentou em 4,19 vezes a chance de manifestação do problema. O grau de escolaridade também influiu na ocorrência de dor osteo-articular: a prevalência foi de 68,37% dentre os trabalhadores com ensino fundamental; 44,83% dos indivíduos com ensino médio e 53,96% daqueles com formação superior. Além de dor, foram relatados outros problemas como depressão, fadiga, dificuldade de concentração, falta de apetite, transtornos de sono e ansiedade.

Os agentes de saúde apresentaram duas vezes mais chance de dor que os demais profissionais das UBS. “Esse resultado pode ser explicado pelo fato de esses funcionários vivenciarem um contato intenso com a difícil realidade das famílias dos bairros dessa região, já que seu trabalho consiste em visitar os domicílios dos pacientes para prestar assistência e orientação, o que certamente gera grande estresse”, justifica a Dra. Evelin. A pesquisa foi realizada por pós-graduandos em Reumatologia Ocupacional do Hospital Israelita Albert Einstein e apresentada no Departamento de Medicina do Trabalho da instituição.

Para a realização do estudo, foram aplicados os questionários Prevalence of Pain Syndromes in the General Population, e o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de LIPP (ISSL), levando-se em conta variáveis como estresse, sexo, hipertensão e dislipidemia (alterações nos níveis de colesterol e triglicérides). Houve diferença estatística no uso de medicamentos, número de sessões de fisioterapia realizadas e número de dias de trabalho perdidos entre os grupos com dor crônica ou aguda quando comparados àquele sem dor, gerando custos diretos e indiretos à sociedade. Quanto à necessidade de hospitalização, os grupos com dor não geraram mais internações que o grupo sem sintomas.

DORT: de onde elas vêm?

As DORT, Doenças Osteo-musculares Relacionadas ao Trabalho causadas por má postura, tensão, esforço repetitivo e fatores psicológicos, podem mascarar diagnósticos como fibromialgia e outras síndromes. Os distúrbios mais comuns são lombalgias, lesões nos membros superiores, joelhos, na região cervical, lombar e dorsal, cefaléia, bem como dores generalizadas e síndrome miofascial – conjunto de sintomas caracterizado por dor localizada, aumento da sensibilidade muscular e redução da amplitude dos movimentos, podendo atingir qualquer grupo muscular e estar associada a manifestações psicológicas como ansiedade e depressão.

As doenças osteo-musculares determinam um forte impacto nas atividades diárias do paciente, interferindo em sua capacidade de executar exercícios, praticar esportes e, principalmente, realizar adequadamente suas funções laborais. “A saúde física e mental do profissional tem relação direta com as condições ambientais e organizacionais do trabalho, sendo o papel dos aspectos psicológicos fundamental no desencadeamento, agravamento e manutenção do quadro. Além disso, a dor crônica afeta as relações pessoais entre amigos, familiares e colegas, gerando sofrimento e piorando muito a qualidade de vida”, afirma Dra. Evelin. Alguns cuidados podem prevenir ou aliviar as dores do portador de DORT:

• Fazer pausas de dez minutos para cada 50 trabalhados, procurando não realizar mais de seis horas de trabalho diário repetitivo;

• Levantar-se de tempos em tempos para andar e alongar-se;

• Identificar e, se possível, evitar as tarefas ou situações mais causam dores;

• Fazer revezamento nas tarefas, alternando movimentos;

• Identificar e modificar posturas incorretas e forçadas no trabalho;

• Para digitar, sentar-se sempre ao fundo da cadeira, mantendo o corpo o mais relaxado possível e o tronco apoiado ao encosto e os pés apoiados no chão. Também recomenda-se aproximar a cadeira da mesa, observando que tronco e pescoço não fiquem curvados;

• Diante do aparecimento de dor ou formigamento nos membros superiores, procurar um profissional especializado para iniciar um tratamento;

 

• Procurar um lazer fora do trabalho;

• Manter um bom relacionamento familiar e com os amigos.

 

 

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