O Ministério da Saúde, por intermédio do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o Instituto Avon e a Curumins Companhia Teatral lançam na sexta-feira, dia 16, em Campo Grande, a nova edição do projeto Toque de Vida. A meta é combater o câncer de mama em mulheres na faixa etária dos 40 aos 69 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e cadastradas no Programa Saúde da Família (PSF).
O projeto teve início em julho de 2004 e envolveu os municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Agora o programa será estendido para Anastácio, Aquidauana, Corumbá, Coxim, Ponta Porã, Rio Brilhante e Rio Verde de Mato Grosso. Os critérios adotados para escolha das novas cidades foram a população, o número de mamógrafos existentes no município ou a comprovação de referência estruturada para receber a demanda.
O objetivo é incentivar a criação de redes de desenvolvimento comunitário em saúde. Com a formação de lideranças, será possível sensibilizar, capacitar e mobilizar outros representantes locais e também profissionais de saúde. Para isso, serão realizadas atividades artísticas com a participação de atores e atrizes da Curumins Cia. Teatral. A meta é qualificar 3000 líderes comunitários, 3000 profissionais de saúde e com isso atender 53.948 mulheres nos municípios selecionados, difundindo e criando a rotina do exame clínico das mamas.
O custo total do projeto, financiado pelo Instituto Avon, é de R$ 150.000. O lançamento será a partir das 8 horas no auditório da FUNASA, que fica na rua jornalista Belizário Lima, 263 – Vila Glória.
Balanço positivo
Os três municípios que participaram da primeira etapa do programa, Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, assumiram o controle do câncer de mama em suas agendas de trabalho, o que mostra que a doença ganhou destaque na área de saúde dos locais envolvidos.
A meta inicial para a realização de exames foi ultrapassada: 11.884 mulheres foram examinadas durante o projeto, o que equivale a 133,4% do objetivo previamente estabelecido. O exame clínico das mamas mostrou-se eficaz como estratégia de saúde pública para detecção precoce do câncer de mama, recomendando-se sua extensão a outras localidades onde o acesso mamográfico é precário.
Entre os benefícios, foi reduzida a quantidade de pacientes em estágio avançado da doença no Estado. Além disso, o trabalho realizado promoveu a melhora em mulheres com alterações na mama, bem como uma maior adesão ao tratamento e redução no número de abandonos.
Mato Grosso do Sul é um dos líderes na lista de estados com as maiores taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama no Brasil. Por isso, foi selecionado para o projeto. O desconhecimento das mulheres sobre seu corpo, a falta de informação sobre o câncer de mama e o medo de descobrir a doença têm colaborado para o aumento no número de casos.
O câncer de mama ocupa hoje o primeiro lugar em incidência e mortalidade na população feminina. Cerca de 50% dos tumores detectados nas mulheres brasileiras encontram-se em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e piora a sobrevida da paciente. Contudo, esses tumores são identificáveis através do exame clínico das mamas, realizado por um profissional de saúde devidamente treinado.
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