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Brasil é o primeiro país a reduzir mortalidade por câncer

14 Set 2004 - 15h27
O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a mostrar queda na mortalidade por cânceres de pulmão, brônquios e traquéia. Dados do Departamento de Análises de Situação de Saúde (Dasis), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), indicam que a redução ocorreu entre homens das faixas etárias de 30 a 49 anos, nas regiões Sul e Sudeste, no período entre 1981 e 2001.

No início da década de 80, o risco do homem, entre 30 e 49 anos, morador da região sudeste, morrer por essas causas era de seis em 100 mil, caindo para 4,3 por 100 mil no ano de 2001. Na região sul, o risco de morte nesta faixa etária caiu de oito por 100 mil, em 1981, para seis por 100 mil, em 2001.

O Sudeste teve ainda outro avanço. A redução da mortalidade ocorreu também entre os homens com idade entre 50 a 64 anos, caindo de 60 para 50 por 100 mil.

De acordo com Maria de Fátima Marinho de Souza, do Departamento de Análise de Situação de Saúde da SVS, apesar de o número de casos de cânceres de pulmão, brônquios e traquéia passar de 332 para 444 nas últimas duas décadas, na região sudeste, e de 186 para 202, no Sul, o risco de morrer por esse grupo de causas específicas hoje é menor. Isso porque a elevação no número absoluto ocorreu em função do aumento populacional no período analisado. Ou seja, a mortalidade pelo grupo estudado não acompanhou o ritmo de crescimento da população.

Para a especialista, a queda pode ser relacionada ao impacto das campanhas antitabagismo promovidas pelo Ministério da Saúde e pelos governos estaduais e municipais nas últimas duas décadas. A avaliação é a de que gerações mais novas foram influenciadas a deixar de fumar ou nem começaram, reduzindo a exposição ao principal fator de risco do câncer de pulmão, por exemplo.

“A redução da mortalidade por câncer indica que as ações governamentais mostram seus impactos e devem ser mantidas e estimuladas”, afirma Fátima. “Aponta também a importância da análise de dados de saúde para a tomada de decisões, como foi o caso da indicação de campanhas nacionais antitabagistas para reduzir o consumo de tabaco e, conseqüentemente, doenças relacionadas ao consumo de cigarro”, completa.


Demais regiões - Nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, o risco de morte por câncer de pulmão manteve-se estável no período de 1981 a 2001, o que também é considerado positivo pelos especialistas do ministério. Por outro lado, foi observado um crescimento do risco de morte na faixa etária de 50 a 64 anos. No Centro-Oeste, por exemplo, o coeficiente passou de 27 mortes por 100 mil homens para 41 por 100 mil. Este dado indica que as campanhas antitabagistas precisam ser mais estimuladas nesta região.

Se por um lado os dados foram positivos para os homens, para as mulheres a realidade foi outra. Houve aumento da mortalidade por cânceres de pulmão, brônquios e traquéia entre o sexo feminino, em todas as regiões e faixas etárias.

Apesar de as mulheres morrerem menos de câncer quando comparadas aos homens, o risco de morte foi crescente para elas no período de 1981 a 2001. Os maiores percentuais de aumento de mortes foram verificados nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, com 1,9%.

Os coeficientes indicam que a probabilidade de morrer por estas causas era de 1,4 por 100 mil habitantes no Norte, em 1981, e que passou para 2,0 em 2001. No Nordeste e no Centro-Oeste, passaram de 0,9 e 2,0 para 1,3 e 2,9 por 100 mil habitantes, respectivamente.

“A tendência crescente preocupa, pois, se nada for feito, o risco das mulheres pode começar a se igualar ao dos homens. Esta mesma tendência pode ser observada nos Estados Unidos”, diz Fátima. O aumento da mortalidade feminina está associado a fatores culturais. “Com o aumento das mulheres no mercado de trabalho, elas passaram a fumar mais e, conseqüentemente, a ter uma maior exposição de risco.”

Além disso, alguns estudos mostram que biologicamente o sexo feminino é mais suscetível à ação do cigarro sobre o aparelho respiratório. A hipótese estudada é a de que quando a mulher fuma há uma interação com fatores ainda não bem esclarecidos que causam um aumento do risco de morte das mulheres quando comparadas aos homens.

Os dados da pesquisa sobre a incidência da mortalidade por câncer estão no livro Saúde Brasil – 2004, publicação lançada este ano pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
 
 
 
APn

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