O Brasil ocupa a 73ª posição no ranking do IDH 2010 (Índice de Desenvolvimento Humano), em uma lista que traz 169 países. A colocação indica que o país apresenta desenvolvimento humano elevado, de acordo com relatório divulgado nesta quinta pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A categoria superior a essa, e máxima, é a dos países de "desenvolvimento humano muito alto".
Segundo a Pnud, não é possível fazer uma comparação com o resultado brasileiro em 2009. Isso porque neste ano o relatório traz o "novo IDH", calculado a partir de metodologia e dados diferentes. O índice continua a ser composto por três dimensões: educação, saúde e renda.
Na saúde, a variável usada ainda é a expectativa de vida, mas houve mudanças nos dados relativos à educação e à renda.
O "IDH antigo" levava em conta a alfabetização e as matrículas no primário, ensino médio e superior. O "novo IDH" é calculado com base nos "anos médios de estudo" (número médio de anos de educação recebidos por pessoas com 25 anos ou mais) e nos "anos esperados de escolaridade" (número de anos de escolaridade que uma criança na idade de entrar na escola pode esperar receber).
Na dimensão renda, mais mudanças: o novo IDH passou a utilizar a RNB (Renda Nacional Bruta) per capita, em vez do PIB (Produto Interno Bruto) per capita, incluindo fatores como remessas do exterior e ajuda internacional.
De acordo com Francisco Rodríguez, chefe de pesquisa do Escritório do Relatório de Desenvolvimento, em Nova York, o "novo IDH" recompensa desempenhos mais equilibrados --países que crescem nas três dimensões (saúde, educação e renda) conseguem "nota" melhor do que os países que só têm crescimento de renda, por exemplo. Os EUA, por exemplo, foram beneficiados.
Para o Brasil, foram registrados 7,2 anos médios de estudo e 13,8 anos esperados de escolaridade. A expectativa de vida ficou em 72,9 anos e o RNB per capita, em US$ 10.607 (o valor do dólar é o ajustado pela paridade do poder de compra).
No ranking do IDH 2010, a Noruega é o país que aparece no topo, seguido por Austrália e Nova Zelândia. Os Estados Unidos são o 4º da lista. Todos eles apresentam desenvolvimento humano muito elevado, de acordo com o relatório do Pnud.
Na América Latina, o país mais bem colocado no ranking é o Chile, que ocupa a 45ª posição, seguido pela Argentina. O país com a pior colocação na lista completa é o Zimbábue.
O relatório do Pnud calculou o "novo IDH" para o Brasil desde o ano 2000. Para Flávio Comim, coordenador do relatório no Brasil, o país apresentou avanços importantes em dez anos. "A expectativa de vida aumentou em quase 3 anos [de 70,19 anos para 72,93 anos]", lembrou o pesquisador.
AJUSTE PELA DESIGUALDADE
O Relatório do Pnud deste ano trouxe também outras novidades, como o IDH-D (IDH ajustado à desigualdade). Esse novo índice captou as perdas no desenvolvimento humano considerando as desigualdades na distribuição de saúde, educação e rendimento em 139 países.
"O IDH-D também mostra o percentual do IDH que é perdido por conta da desigualdade", afirmou Comim. Com o ajuste pela desigualdade, o Brasil perde 27,2% de sua pontuação no IDH.
O relatório do Pnud também calculou neste ano o IDG (Índice de Desigualdade de Gênero), que mede a discriminação das mulheres. O Brasil ficou em 80º lugar, numa lista de 138 países, que é liderada pela Holanda.
EXCLUÍDOS
A mudança no cálculo do IDH provocou a exclusão de 17 países, para os quais não havia, segundo o Escritório do Relatório de Desenvolvimento, dados disponíveis, entre eles Líbano e Cuba --que apresentava boa colocação nos relatórios anteriores. No caso de Cuba, não havia, diz o relatório, dados sobre renda per capita. No do Líbano, faltavam dados sobre escolaridade.
O relatório não inclui o Iraque (que já estava ausente no ano passado), mas inclui o Afeganistão, que também passou por guerra civil e ocupações militares nos últimos 40 anos. Os dados para o Sudão, que vive conflito no sul, são referentes apenas ao norte do país africano.
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