Os bancos que atuam no Brasil pagaram menos impostos neste início de ano, de acordo com levantamento feito pelo Banco Central. No primeiro trimestre de 2004, as instituições financeiras gastaram R$ 1,487 bilhão com tributos. Em igual período do ano passado, foram R$ 3,218 bilhões --uma queda de 53,8% (os valores são nominais).
Houve bancos que, mesmo obtendo lucros maiores neste ano, pagaram menos impostos. Foram os casos do Unibanco, do ABN Amro e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O levantamento foi feito com base nas demonstrações financeiras fornecidas por 139 bancos e 1.425 cooperativas de crédito. Os números se referem aos valores provisionados pelas instituições para o pagamento do Imposto de Renda e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) --principais tributos federais pagos pelas instituições.
O Unibanco, terceiro maior banco privado do país, teve lucro bruto (antes de descontados impostos e participação de funcionários no resultado) de R$ 382 milhões no primeiro trimestre deste ano --aumento de 10,7% na comparação com 2003. Os pagamentos de tributos ficaram em R$ 40 milhões, uma queda de 55,6% em relação ao ano passado.
De acordo com o Unibanco, esse movimento é conseqüência do impacto que as variações na taxa de câmbio têm sobre suas contas. O vice-presidente da área corporativa do Unibanco, Geraldo Travaglia, diz que, quando o dólar cai, o banco acaba pagando mais impostos. Segundo ele, foi o que ocorreu no primeiro trimestre de 2003, quando a cotação da moeda dos EUA recuou 5,1%.
Explicação similar foi dada também pelo Banco do Brasil, cujas despesas com tributos recuaram 46% nos primeiros três meses deste ano. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de relações com investidores do BB, a redução nas despesas com impostos reflete os elevados investimentos do banco no exterior.
Para evitar que seu patrimônio no exterior valha menos em reais quando o dólar cai, o banco faz operações de hedge (contra a queda da moeda) no mercado local. Nesse tipo de operação, o banco ganha quando o dólar se desvaloriza. Logo, paga mais impostos sobre essas transações.
O ABN Amro também lucrou mais e pagou menos impostos: os ganhos do primeiro trimestre cresceram 31,5% e chegaram a R$ 217 milhões, segundo o BC. Já as despesas com tributos recuaram 16,3% em relação ao mesmo período de 2003. Procurado por meio da assessoria, o banco não quis comentar os números.
Para o analista Antônio Carlos Carvalho Filho, da ABM Consulting, as fusões e as aquisições no setor bancário nos últimos anos também ajudam a explicar a queda na despesa tributária. "Muitos bancos compraram outros que estavam em dificuldades e que, por isso, tinham grande quantidade de créditos tributários."
O crédito tributário é concedido pelo governo às empresas com prejuízos em um determinado período. Com esse crédito, a empresa ganha o direito a uma espécie de desconto no imposto a ser pago nos anos seguintes.
Na década de 90, a maioria dos bancos privatizados acumulou muitos créditos tributários, devido aos prejuízos do passado. Esses créditos foram transferidos aos novos controladores.
O BNDES não pagou imposto. Em vez disso, o banco estatal recebeu, no primeiro trimestre, um crédito de R$ 560 milhões, valor superior até ao lucro bruto de R$ 539 milhões acumulado no período. O BNDES não informou o motivo do crédito.
Houve bancos que, mesmo obtendo lucros maiores neste ano, pagaram menos impostos. Foram os casos do Unibanco, do ABN Amro e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O levantamento foi feito com base nas demonstrações financeiras fornecidas por 139 bancos e 1.425 cooperativas de crédito. Os números se referem aos valores provisionados pelas instituições para o pagamento do Imposto de Renda e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) --principais tributos federais pagos pelas instituições.
O Unibanco, terceiro maior banco privado do país, teve lucro bruto (antes de descontados impostos e participação de funcionários no resultado) de R$ 382 milhões no primeiro trimestre deste ano --aumento de 10,7% na comparação com 2003. Os pagamentos de tributos ficaram em R$ 40 milhões, uma queda de 55,6% em relação ao ano passado.
De acordo com o Unibanco, esse movimento é conseqüência do impacto que as variações na taxa de câmbio têm sobre suas contas. O vice-presidente da área corporativa do Unibanco, Geraldo Travaglia, diz que, quando o dólar cai, o banco acaba pagando mais impostos. Segundo ele, foi o que ocorreu no primeiro trimestre de 2003, quando a cotação da moeda dos EUA recuou 5,1%.
Explicação similar foi dada também pelo Banco do Brasil, cujas despesas com tributos recuaram 46% nos primeiros três meses deste ano. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de relações com investidores do BB, a redução nas despesas com impostos reflete os elevados investimentos do banco no exterior.
Para evitar que seu patrimônio no exterior valha menos em reais quando o dólar cai, o banco faz operações de hedge (contra a queda da moeda) no mercado local. Nesse tipo de operação, o banco ganha quando o dólar se desvaloriza. Logo, paga mais impostos sobre essas transações.
O ABN Amro também lucrou mais e pagou menos impostos: os ganhos do primeiro trimestre cresceram 31,5% e chegaram a R$ 217 milhões, segundo o BC. Já as despesas com tributos recuaram 16,3% em relação ao mesmo período de 2003. Procurado por meio da assessoria, o banco não quis comentar os números.
Para o analista Antônio Carlos Carvalho Filho, da ABM Consulting, as fusões e as aquisições no setor bancário nos últimos anos também ajudam a explicar a queda na despesa tributária. "Muitos bancos compraram outros que estavam em dificuldades e que, por isso, tinham grande quantidade de créditos tributários."
O crédito tributário é concedido pelo governo às empresas com prejuízos em um determinado período. Com esse crédito, a empresa ganha o direito a uma espécie de desconto no imposto a ser pago nos anos seguintes.
Na década de 90, a maioria dos bancos privatizados acumulou muitos créditos tributários, devido aos prejuízos do passado. Esses créditos foram transferidos aos novos controladores.
O BNDES não pagou imposto. Em vez disso, o banco estatal recebeu, no primeiro trimestre, um crédito de R$ 560 milhões, valor superior até ao lucro bruto de R$ 539 milhões acumulado no período. O BNDES não informou o motivo do crédito.
Folha Online
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar