Relator da Lei da Ficha Limpa no Congresso, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse ontem (28) à Agência Brasil que a proposta foi aprovada para atender aos anseios da sociedade.
Cardozo lembrou que houve um “amplo e transparente” debate em torno do assunto.
O parlamentar negou que a aprovação do projeto ocorreu para favorecer candidaturas do PT e aliados, como sugeriu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O projeto da Ficha Limpa foi amplamente discutido com a sociedade e com entidades organizadas.
Nada deste projeto foi incluído sem uma ampla e transparente discussão que representou os anseios de toda a sociedade, portanto não foi obra de um relator [referindo-se a si mesmo que relatou o processo na Câmara]”, afirmou o deputado.
Em seguida, Cardozo acrescentou que os parlamentares apenas representaram o desejo da sociedade.
“Os deputados foram apenas veículo desta proposta que partiu da sociedade”, afirmou ele, na saída do comitê de campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Pela manhã, Gilmar Mendes, que votou contra a aplicação da Ficha Limpa nestas eleições e entende que a solução adotada pelo Supremo de manter a decisão anterior do TSE é “artificial”, sugeriu que a aprovação da lei favoreça o PT no Distrito Federal (DF).
Em um primeiro momento, a disputa ao governo do Distrito Federal envolvia o candidato do PT, Agnelo Queiroz, e o do PSC, Joaquim Roriz.
Mas Roriz desistiu da disputa depois que o julgamento de recurso que questionava a impugnação do registro da sua candidatura acabou com o placar empatado em 5 a 5, em setembro.
O ex-governador abriu mão da candidatura e indicou a mulher, Weslian Roriz (PSC-DF), para concorrer ao cargo.
“A emenda parlamentar foi feita no Congresso por iniciativa do deputado José Eduardo Cardozo [SP], que é do PT.
Evidente que a intenção do PT estava nas eleições do Distrito Federal, mas a decisão ricocheteou no [senador eleito] Paulo Rocha [do PT do Pará]”, disse o ministro do STF, referindo-se ao senador eleito pelo Pará Jader Barbalho (PMDB), que como Roriz, renunciou ao mandato parlamentar para escapar de um processo de cassação - o que é proibido pela Lei da Ficha Limpa.
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar